Mulheres Sem Terra ocupam mineradora na Bahia

A ação que faz parte da Jornada Nacional de Lutas das Mulheres aconteceu em solidariedade aos trabalhadores da mineração.

 

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Por Coletivo de Comunicação do MST na Bahia

Em solidariedade a centenas de trabalhadores e trabalhadoras que perderam o emprego na companhia Mirabela Mineração do Brasil, cerca de 480 mulheres Sem Terra ocuparam na manhã deste sábado (5), a sede da mineradora, localizada no município de Itagibá, no Baixo Sul baiano. 

A empresa possui mais de dois mil hectares e, no último período, iniciou um processo de demissão em massa de seus funcionários através de uma queda na exportação do minério. 

O foco de produção da empresa é o concentrado de Níquel, com 13% a 15%, e toda sua produção já foi vendida até 2014, sendo todo o concentrado para Finlândia. A produção anual de concentrado é transportada por 140 km pela BR 330 e 101 até o porto de Ilhéus, só então, é exportada.

De acordo com as trabalhadoras, os impactos ambientais provocados pela mineradora na região, assim como, o transporte de sua produção para exportação, são incalculáveis.

Em diálogo com a sociedade, Elas afirmam ainda, que o agronegócio e as multinacionais estão explorando os trabalhadores, produzindo alimentos com veneno e aumentando as desigualdades sociais com um projeto de morte para o campo brasileiro.

Para Lucinéia Durães, da direção estadual do MST, a empresa mostra que não tem nenhum compromisso com a região, pois quando cai o preço do seu minério, eles simplesmente demitem os trabalhadores. 

“Por isso é que decidimos ocupar. Senão faz minério, faz reforma agrária. Se não podemos trabalhar na Mina, podemos trabalhar na terra. Aqui nós vamos plantar feijão, plantar milho, mandioca. Vamos fazer essa terra produzir ”, diz Durães.

Jornada Nacional de Lutas

A ação faz parte da Jornada Nacional de Lutas das Mulheres Sem Terra, que este ano traz como lema: “Mulheres em Luta em defesa da natureza e alimentação saudável, contra o agronegócio”.

Só na Bahia, o MST mobilizará mais 3.500 trabalhadoras com o objetivo de levantar a bandeira da Reforma Agrária, denunciar o capital e toda forma de violência.

Além disso, as mulheres enfatizam que não aceitam golpes à democracia brasileira, seja como atalho eleitoral, seja como ataques ao direito democrático de manifestação.