MST e MAB protestam contra a Vale no Rio de Janeiro

A mobilização questionou o atual modelo de mineração e denunciou seus riscos ambientais.

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Por Vanessa Ramos
Da Página do MST

Cerca de 300 camponesas e camponeses ligados ao MST e ao Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB), na manhã desta terça-feira (8), participaram do protesto contra a Vale no Rio de Janeiro.

A atividade que iniciou às 10h da manhã, em frente ao escritório da Vale, no Leblon, teve como objetivo denunciar e responsabilizar a empresa pelo crime social e ambiental ocorrido em Mariana, onde centenas de pessoas, segundo informações do MAB, ainda estão desalojadas e desempregadas.

Para Elisangela Carvalho, da direção nacional do MST, a Vale fez uma tentativa de se esconder e evitar protestos na porta da sua sede ao mudar de endereço do Centro do Rio de Janeiro para o Leblon. “Não adianta ela se esconder. Vamos continuar nossas denúncias contra a Vale para mostrar o mal que ela causa a sociedade”.

Durante a ação, jovens do Levante Popular realizaram uma mística em que, simbolicamente, devolveram para a Vale a sujeira que a Samarco criou em Mariana. Eles espalharam lama, bandeiras do MAB sujas de terra e recipientes de plásticos, que armazenavam a lama, na frente da sede da Vale. Os nomes dos 19 mortos no desastre de Mariana foram mencionados em voz alta.

A mobilização questionou o atual modelo de mineração e denunciou seus riscos ambientais. Para o MST, esse é um modelo “predatório”. “A vale mata rio e mata gente. Por isso, não podemos permitir que este modelo de desenvolvimento permaneça. Isso não é progresso e sim, prejuízos, danos e mortes”, finalizou Elisangela.

A Samarco, cujos controladores são a Vale e a anglo-australiana BHP, é a responsável pela barragem de Fundão, que se rompeu em Mariana no fim do ano passado e deixou mortos e desabrigados. A lama gerada pelo rompimento atravessou o Rio Doce e chegou ao mar do Espírito Santo. Atualmente, ainda existem pessoas atingidas pelo desastre em BH que não estão na lista de indenização e vivem situação de vulnerabilidade.