Trabalhadoras rurais ocupam a Secretaria de Agricultura de Alagoas

"Esse órgão não tem cumprido o seu papel no que se refere à política de reforma agrária em Alagoas. As mulheres camponesas hoje estão aqui para dar esse recado e exigir outra postura dessa gestão”, afirmou dirigente.
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Foto: Gustavo Marinho

Por Gustavo Marinho
Da Página do MST

Camponesas de todas as regiões do estado ocuparam no final manhã de hoje (08) o prédio da Secretaria de Estado da Agricultura, Pesca e Aquicultura, no Centro da Cidade de Maceió.

Cerca de 1000 trabalhadoras do MST, da Comissão Pastoral da Terra (CPT), do Movimento de Libertação dos Sem Terra (MLST) e da Via do Trabalho reivindicam uma política efetiva para a reforma agrária pelo governo do estado.

Segundo Débora Nunes, da Coordenação Nacional do MST, a ação é reflexo da insatisfação das trabalhadoras e trabalhadoras rurais com a secretaria.

“Esse órgão não tem cumprido o seu papel no que se refere à política de reforma agrária em Alagoas. As mulheres camponesas hoje estão aqui para dar esse recado e exigir outra postura dessa gestão”, afirmou.

A pauta principal das agricultoras é a demanda de investimentos para fortalecer a organização produtiva das mulheres camponesas, que possa fortalecer a autonomia, gerar emprego e renda, além de garantir a permanência das mulheres no campo.

“Seja no campo da formação e do próprio investimento em infraestruturas produtivas, é preciso que o governo do estado possa olhar para o campo alagoano, em especial às mulheres camponesas, como uma real possibilidade de trazer desenvolvimento para todo o estado, através da garantia de produção de alimentos saudáveis e diversificados”, destacou Débora.
 

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Foto: Gustavo Marinho

As Sem Terra que já montam acampamento nas dependências da Secretaria, exigem uma reunião com o secretário de agricultura, Álvaro Vasconcelos, o secretário de planejamento do estado, Carlos Christian Reis e do chefe de gabinete do governador, Fábio Luiz Araújo Lopes.

Para as camponesas, os projetos produtivos para as mulheres do campo devem ser assegurados por parte do recurso arrecadado pelo Fundo de Combate e Erradicação da Pobreza (FECOEP). “Já que o governo não apresenta uma política clara para a reforma agrária em Alagoas, nós já apontamos aqui as necessidades e quais seriam os caminhos para contribuir no desenvolvimento dos assentamentos rurais”, disse Nunes.

A ação faz parte do conjunto de atividades da Jornada Nacional de Luta das Mulheres Camponesas, que, somente em Maceió, cerca de 1000 trabalhadoras rurais ocuparam na manhã de segunda-feira (7), sete agências do INSS, contra a burocratização do órgão, e quatro prefeituras, pautando as demandas locais e específicas das agricultoras, já na manhã de hoje (8), as Sem Terra somaram-se à marcha em defesa da democracia, contra o golpe e pautando os direitos das mulheres, em conjunto com diversos movimentos sociais em Alagoas, que compõem a Frente Brasil Popular.

Com o lema “Mulheres em Luta em defesa da natureza e produção de alimentos saudáveis e contra o agronegócio”, as camponesas denunciam nacionalmente em toda a jornada as ameaças do agronegócio e fazem a defesa da soberania alimentar e da Reforma Agrária Popular, diversas ações acontecem em todo o país durante o mês de abril.