23 anos de assassinato do Sem Terra Diniz Bento da Silva, o Teixeirinha

Dirigente do MST, foi torturado e morto por policiais, na ocupação realizada pelo Movimento na Fazenda Santana em Campo Bonito em1993.

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Por Geani Paula e Riquieli Capitani 
Da Página do MST

 

No dia 8 de março, quando 30 mil mulheres do MST realizaram a luta contra o capital e em defesa dos direitos sociais da classe trabalhadora, também se lembrou com indignação os 23 anos de assassinato do Sem Terra Diniz Bento da Silva, o Teixeirinha.

Dirigente do MST, Teixeirinha foi torturado e morto por policiais, na ocupação realizada pelo Movimento na Fazenda Santana em Campo Bonito, região oeste do Paraná, no dia 08 de março de 1993.

A morte de Teixerinha aconteceu por vingança. No dia 3 de março de 1993, três policiais militares foram até a fazenda ocupada acompanhando o madeireiro Adecir Cassol durante a retirada de máquinas e funcionários do local.

Os PMs estavam descaracterizados, sem uniforme e carro oficial, agindo como se fossem pistoleiros no momento em que atacaram dois agricultores, desencadeando o confronto e a morte trágica dos três homens, que se soube no dia seguinte, tratar-se de policiais militares.

Na época, a PM fechou cerco ao acampamento dos agricultores Sem Terra, torturou diversos camponeses, entre homens, mulheres, idosos e crianças. Teixeirinha foi torturado e executado na frente da esposa e do filho de 13 anos no dia 8 de março de 1993.

O caso ganhou repercussão internacional e levou o estado do Paraná a receber condenação da Organização dos Estados Americanos (OEA) por encobrimento dos fatos, por meio do prolongamento de investigações ineficazes por mais de sete anos.

Enquanto os algozes do Teixeirinha seguem impunes, em 2015 quatro agricultores sem terra foram a júri popular em Curitiba. Acusados da morte dos três militares, após julgamento, foram condenados a 18 anos de prisão.

O Promotor do caso recorreu da sentença com intenção de aumentar a pena, enquanto os agricultores desejam anular o julgamento por ter havido cerceamento no direito constitucional de defesa, tendo em vista que não foi possibilitado aos acusados a produção de todas as provas que entendem necessárias e estão previstas na lei.

O julgamento dos recursos deverá ocorrer este mês perante a 1ª Câmara Criminal do Tribunal de Justiça do Paraná. Curiosamente, a decisão sairá do mesmo Órgão que anulou o julgamento do Ruralista Marcos Prochet, condenado pela morte do agricultor Sebastião Camargo.