Ação truculenta da PM do Pará contra mulheres Sem Terra será investigada

No último dia 08 de março, centenas de camponesas faziam um protesto em frente à portaria Vale em Parauapebas. A PM que acompanhava a marcha das mulheres, reagiu de forma truculenta e descontrolada.

DSC08888.JPG

Por Carlinhos Luz
Da Página do MST

Na tarde da última sexta feira (11), cerca de 80 camponesas ligadas ao MST participaram de uma audiência, na Secretaria de Estado de Segurança Pública e Defesa Social do Pará (SEGUP).

Esteve presente na reunião o secretário adjunto da SEGUP, O coronel Hilton Benigno,  a ouvidora do Sistema de Segurança Pública, Eliana Fonseca, o membro da Coordenação da Casa Civil do Governo do Estado, Jair Pinto, além de membros da Sociedade Paraense de Defesa dos Direitos Humanos (SDDH) e Ordem dos Advogados do Brasil.

No último dia 08 de março, centenas de camponesas faziam um protesto em frente à portaria da Floresta Nacional de Carajás, em Parauapebas. A polícia militar, que acompanhava a marcha das mulheres, reagiu de forma truculenta e descontrolada.

Na audiência as camponesas relataram que muitas foram perseguidas por mais de mil metros pela polícia nas ruas de Parauapebas. Algumas foram agarradas pelos cabelos, insultadas e ameaçadas com arma de fogo.

A polícia militar usou spray de pimenta, bombas de efeito moral e balas de borracha contra a manifestação e em nenhum momento houve tentativa de diálogo por parte da PM.

Na reunião foi entregue um documento com o relato das camponesas e uma nota de repúdio à ação truculenta da polícia militar onde elas exigem providências do Governo do estado.

O coronel Hilton Benigno afirmou que as providências serão tomadas e encaminhou o documento para as polícias civil e militar para abertura de inquérito.

Para Alberto Pimentel, advogado e membro da SDDH, se o MST não tivesse feito a denúncia estas ações da polícia continuariam acontecendo sem que nenhuma providência fosse tomada. A pressão do movimento por uma mudança de postura da polícia é importante, pois em um Estado democrático  a manifestação de pensamento é livre, conclui.