Sem Terra se forma em Agronomia no estado de São Paulo

Depois de sete anos ocupando o latifúndio do saber, 48 assentados e filhos de assentados beneficiários da reforma agrária, realizaram a colação de grau da I turma de Agronomia em parceria com o PRONERA
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Foto: Douglas Mansur

Por Magnólia Fagundes
Da Página do MST

 
Depois de sete anos ocupando o latifúndio do saber e resistindo a diversas formas de preconceito, 48 militantes assentados e filhos de assentados beneficiários da reforma agrária,realizaram a colação de grau da I turma de Agronomia em parceria com o PRONERA no estado de São Paulo.

O evento, que ocorreu na quinta-feira (17), contou com a participação de familiares e do representante do Programa Nacional de Educação na Reforma Agrária (PRONERA), Reinaldo Rodrigues; do superintendente do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra), Wellinton Diniz; do vice-reitor da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar), professor Dr. Adilson Jesus e da coordenação do curso, representada pelo professor Fernando Silveira Franco. 

Organizado pelo MST, pela Federação dos Empregados Rurais Assalariados do Estado de São Paulo (FERAESP), pela Organização de Mulheres Assentadas e Quilombolas do Estado de São Paulo (OMAQUESP) e pela Federação da Agricultura Familiar (FAF), o objetivo do curso é formar assentados para atuarem nas áreas de assentamento e assim contribuir tecnicamente na organização da produção, da comercialização e de outras questões sociais de melhorias para os trabalhadores e trabalhadoras do campo. 
 

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Foto: Douglas Mansur

Para o Prof. Dr. Fernando Silveira Franco, coordenador do curso de agronomia, a cerimônia é de extrema importância para a história do curso, para os educandos e para todos aqueles que durante esses sete anos se dedicaram direta ou indiretamente para à conclusão deste sonho.

“Por se tratar de um curso que apresenta uma abordagem e uma perspectiva completamente diferentes de outros cursos de graduação, sua relevância é ainda maior, no contexto da UFSCar Sorocaba e da região em geral, bem como para o desenvolvimento da Agroecologia, como alternativa de produção sustentável nos assentamentos de Reforma Agrária”, afirmou o coordenador.

Os agrônomos e agrônomas recém-formados vêm de diversas regiões do estado de São Paulo, como Sorocaba, região Sudoeste, São Carlos, Vale do Ribeira, Andradina, Promissão, Ribeirão Preto, Vale do Paraíba e Pontal do Paranapanema.