Sem Terra ocupa latifúndio em Tocantins

A Fazenda foi adquirida por práticas de crime ambientais e grilagem

Da Página do MST 

Na madrugada de sábado (08), 150 famílias Sem Terra, organizadas em Tocantins, ocuparam a fazenda Ozara, localizada no município de São Sebastião, Bico do Papagaio. As famílias estão acampadas na região desde 2013 e ocuparam a fazenda como forma de pressionar o INCRA a desapropriá-la para fins de reforma agrária.

Segundo Eliane Teixeira, membro da direção regional do MST, a fazenda é responsável por crimes ambientais e possui terras públicas griladas pelo fazendeiro. “Por isso, exigimos que a fazenda seja desapropriada para assentar nossas famílias”, afirmou Eliane. 

A região do Bico do Papagaio abrange os estados de Tocantins, Maranhão e Pará e, desde as capitanias hereditárias até os latifúndios modernos, é caracterizada por uma estrutura fundiária altamente marcada pela concentração de terras, grilagem, ocorrência de trabalho escravo e disputas agrárias vinculadas à posse ilegal de terra, à seca e à política agrícola.

A presença do MST na região é importante porque as ações governamentais da atualidade ainda não foram capazes de resolver o atraso de distribuição das terras e de efetuar a reforma agrária, além de combater a violência cometida contra camponeses e trabalhadores rurais do campo pelos fazendeiros locais. 

A ocupação na Ozara também foi marcada pela indignação referente aos 20 anos de impunidade ao Massacre de Eldorado dos Carajás e ao assassinato dos trabalhadores, Vilmar Bordim e Leomar Bhorbak, mortos em uma emboscada da Polícia Militar e seguranças contratados pela Araupel no Paraná na última semana. Durante o conflito, ainda foram feridos mais sete trabalhadores.