Em Alagoas, Jornada Universitária discute violência e Reforma Agrária

A Jornada tem o objetivo levar o debate da luta pela terra para o interior da universidade.

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Por Gustavo Marinho
Da Página do MST

 

“A Universidade Pública não pode viver cercada em seus muros”, com essas palavras que Débora Nunes, da coordenação nacional do MST, destacou a importância da realização da Jornada Universitária em Defesa da Reforma Agrária que, em Alagoas, que acontece desde o último dia (15).

Em todo estado participam da Jornada o Instituto Federal de Alagoas (IFAL), a Universidade Estadual de Alagoas (Uneal), o Centro Universitário CESMAC, além da Universidade Federal de Alagoas (UFAL).

A Jornada tem o objetivo levar o debate da luta pela terra para o interior da universidade e até o dia (28), estão previstas para acontecer rodas de conversa, debates públicos, exposições fotográficas, exibições de filmes, além de vivências em áreas de assentamento e acampamento e atividades que o MST estará realizando nesse período, onde professores e estudantes amigos e amigas do MST nas faculdades de Alagoas lembram a passagem dos 20 anos de impunidade do massacre de Eldorado dos Carajás e da necessidade da luta pela Reforma Agrária.

Na última semana ocorreram debates e atividades de campo nas cidades de Arapiraca e Marechal Deodoro, envolvendo a comunidade acadêmica da região. A Jornada segue nos municípios de Satuba e na capital Maceió.
Na abertura da Jornada na Ufal, Débora destacou a necessidade do conjunto da sociedade debater a questão agrária e a importância da luta pela terra em Alagoas e no Brasil. “Desde a relação com a alimentação, pensando na qualidade do que comemos ou com os problemas estruturais que vivem a cidade, todas essas questões são frutos do que aconteceu ou deixou de acontecer no campo brasileiro”.

“Esse ano nossa Jornada traz como tema a memória dos 20 anos de Eldorado dos Carajás, e é em nome dos companheiros mortos e feridos no Pará há 20 anos que nossa Jornada esse ano segue ainda mais forte debatendo com a sociedade a Reforma Agrária Popular e denunciando a violência e a impunidade”, disse.

“Por mais que a luta pela terra no Brasil seja historicamente marcada pela violência, essa violência não foi e nem será capaz que parar a luta dos trabalhadores rurais pelo Brasil”.

Para Débora, a Jornada em Alagoas tem uma especial importância que, mesmo em sua terceira edição nacionalmente, esse é o primeiro ano que em Alagoas ela é realizada.

“Por outras vezes já viemos para as Instituições de Ensino Superior de Alagoas, mas essa é a primeira vez a partir da construção da Jornada com os amigos e amigas do MST. Esse momento tem uma simbologia muito forte para nós, sobretudo por estarmos em um estado sustentado pelo latifúndio, pela monocultura e pela exploração que, por muitas vezes, também se reflete na academia”.

Para Betânia Gomes, da Pró-Reitoria de Extensão da Ufal, esse é um verdadeiro momento para a Universidade mostrar para a comunidade acadêmica seu verdadeiro caráter e papel.

“A Universidade também precisa ser um local de resistência. Em tempos de diversos ataques ao conjunto da classe trabalhadora, não podemos perder a resistência que faz parte da nossa identidade”.