Seminário debate riscos da utilização de agrotóxicos no Ceará

Para a presidente da Comissão de Meio Ambiente e Desenvolvimento do Semiárido, deputada Dra. Silvana, o evento representa uma luta abraçada pela Comissão, que é aprovar a suspensão do uso de pulverização aérea no Ceará.

 

26a5a879b2ec4ca641416fad1660c5f5_XL.jpg
Foto: Bia Medeiros 

 

Da Alesp – CE

 

Na manhã desta quarta-feira (11/05), a Assembleia Legislativa do Ceará realizou, por meio da Comissão de Meio Ambiente e Desenvolvimento do Semiárido, o seminário Agrotóxicos e Saúde, com o médico e professor da Universidade Federal do Mato Grosso (UFMT) Wanderlei Pignati, especialista na área de Saúde Coletiva.

O evento aconteceu no auditório Deputado João Frederico Ferreira Gomes e contou com a presença dos deputados Dra. Silvana (PMDB), Renato Roseno (Psol), requerente do seminário, e Zé Ailton Brasil (PP).

Para a presidente da Comissão de Meio Ambiente e Desenvolvimento do Semiárido, deputada Dra. Silvana, o evento representa uma luta abraçada pela Comissão, que é aprovar a suspensão do uso de pulverização aérea no Ceará.

“É uma coisa que nos envergonha, frente ao País e ao nosso Estado, quando a gente vê que existe uma comprovação da relação entre agrotóxicos e câncer, principalmente o câncer hematológico”, destacou.

O deputado Renato Roseno, autor do projeto de lei nº18/2015, em tramitação na Assembleia, que proíbe a pulverização aérea, ressaltou a importância de informar a população sobre a larga utilização de agrotóxicos na produção de alimentos.

“O mercado se utiliza inclusive de tecnologias e componentes químicos que já foram banidos em grande parte do mundo, mas ainda são liberados no Brasil. Isso tem um impacto muito negativo”, ressaltou.

Em sua fala, o professor Wanderlei Pignati trouxe exemplos de experiências com a pesquisa realizada na UFMT pelo Núcleo de Estudos Ambientais e Saúde do Trabalhador (Neast), como a que é atualmente feita no Parque Indígena do Xingu, onde, de acordo com o professor, há casos de intoxicação e morte de indígenas.

“Quando a gente faz algumas análises de correlação, os municípios e regiões que mais consomem agrotóxico são exatamente os que têm mais casos de câncer e má formação”, afirmou.

O seminário também contou com um painel acadêmico-popular, no qual foram apresentadas pesquisas realizadas no Ceará.

Participaram do painel Raquel Rigotto, professora da Universidade Federal do Ceará (UFC); Gizeulda Freitas, professora do Instituto Federal de Educação, Ciências e Tecnologia do Ceará (IFCE); Mirem Uribe, médica epidemiologista do Instituto do Câncer do Ceará (ICC) e da Secretaria da Saúde do Estado do Ceará; Socorro Guimarães, representante da comunidade do Tomé, em Limoeiro do Norte, e Maria Graciete Barbosa, representante da comunidade Sítio São José, em Tianguá.

A organização do evento contou com a parceria do Fórum Cearense pela Vida no Semiárido, Movimento 21 de Abril (M21) e Movimento Sem Terra do Ceará.