Sem Terra do DF e cidades do entorno participam de formação sobre direitos humanos e mobilização

Em seminário estadual, trabalhadores do campo refletem a conjuntura política e econômica e fortalecem a ação de resistência popular

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Por Lizely Borges e Adriana Gomes
Da Página do MST
Fotos: Adriana Gomes

 

Trabalhadoras e trabalhadoras rurais do Distrito Federal, nordeste goiano e noroeste mineiro participaram do seminário estadual de formação e articulação nos dias 03 e 04 de junho, no Centro de Formação Gabriela Monteiro, em Brazlândia, localizada na região administrativa do DF.

Cerca de 40 integrantes dos setores de formação, frente de massas e direitos humanos, refletiram sobre a conjuntura política e econômica e construíram ações integradas de resistência, com envolvimento conjunto intersetores.

De acordo com a coordenação nacional do MST o movimento deve realizar seminários como este por todo o país. “Este seminário irá acontecer em todos os estados para preparar a militância para o momento atual da conjuntura, momento que faremos grandes ocupações de terra e mobilizações para agilizar a Reforma Agrária Popular e se somar na defesa da democracia no momento que estamos passando”, relata Antônio Miranda, da direção nacional.

A Frente de Massas é responsável pelas atividades de mobilização pelo país e planeja intensificação de atos e ocupações em resposta às medidas adotadas pelo governo interino de Michel Temer que impactaram negativamente na classe trabalhadora do campo.

Orientado pelos princípios organizativos do movimento, de trabalho de base, formação dos trabalhadores e participação direta nas decisões, o seminário foi dividido em análise de conjuntura política e econômica, reflexão sobre o contexto agrário do Distrito Federal, e, em diálogo com estes temas, a construção de estratégias de mobilizações para avanço da Reforma Agrária Popular e em defesa da democracia.

“Esta formação é importante para a militância se apropriar melhor dos objetivos e princípios da organização do MST, para saber melhor enfrentar o momento que estamos vivendo hoje, na política que vive o Brasil, na perseguição que vive a militância com os últimos acontecimentos.  A criminalização vem para a nossa militância e como um todo para a classe trabalhadora”, reforça Maria Lucimar, da direção nacional do MST.

 

Contexto de criminalização dos movimentos populares e dos defensores de direitos humanos

A intimação ao movimento pela Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Funai e Incra, as prisões políticas de integrantes do MST Valdir Misnerovicz e Luiz Batista Borges, em Goiás-GO, casos de violência executada em consórcio por forças policiais e paramilitares, como na Chacina da Araupel em Quedas do Iguaçú-PR, e o crescente uso da força repressora do estado, em violentas desocupações no campo em vários estados, sustentados na PL 2016/2015, aprovada este ano pelo Congresso Nacional e que tipifica o crime de terrorismo no Brasil, são ações reconhecidas pelos trabalhadores do campo como parte de uma ofensiva articulada entre diferentes setores para obstaculizar o avanço da Reforma Agrária no país.

Mesmo diante de ofensiva criminalizadora, o movimento afirma que seguirá na luta contra a concentração da terra e pela justiça social. As ações construídas no seminário reforçam a importância de ação unificada e mobilização das massas para enfrentamento do levante conservador.

Para saber mais sobre a PL 2016/2015, que tipifica o crime de terrorismo no Brasil, veja aqui.

 

 

*Editado por Rafael Soriano