Militantes prestam solidariedade a Valdir Misnerovicz e Luiz Batista

Em carta, Frente de Massa do MST aos companheiros que estão injustamente encarcerados em Goiás.

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Dá Página do MST

 

Aos companheiros Valdir Misnerovicz e Luiz Batista, Militantes do MST e da Reforma Agrária, que se encontram impedidos do exercício de sua liberdade, no estado de Goiás pelo uso da força pelo Estado, que insiste na preservação histórica do latifúndio.

O setor de Frente de Massas do MST- ES, reunidos no seminário de formação de acampados e acampadas nos dias 10,11 e 12 de junho de 2016, vem por meio desta, manifestar a nossa solidariedade, a vocês companheiros e companheiras – lutadores e lutadoras Sem Terra, que estão sendo cerceados do direito fundamental que é a liberdade, direito negado simplesmente, pela acusação de ter lutado, para que outros companheiros, também tenham acesso a justiça social nesse país.

E, principalmente, a luta pelos direitos dos trabalhadores por terem conquistado o acesso à terra. A nossa solidariedade e luta para que vocês, companheiros resistam com força, dentro dessa grave ameaça aos que lutam pela verdadeira justiça nesse país, a vocês, que se sacrificam em nome da Reforma Agrária, cedendo inclusive um bem fundamental em nossas vidas, a própria liberdade, na luta por justiça, e pelo fim do latifúndio.

Como a poesia do cantador se mistura entre homens e mulheres seguimos, lutando e cantando, pois sabemos que a luta pela massificação das nossas trincheiras, também significa a liberdade de milhares que virão.

Que o dia possa amanhecer sorridente para homens e mulheres, que honrosamente, vocês companheiros, ajudaram a descobrir o que significa ser livre.  Desafiaram-se e acabaram perdendo durante o trecho dessa caminhada, alguns pedaços, do bem mais precioso que temos.

Mas sabemos a história nos mostrará que a luta valeu apenas, e que somente a luta redime a nossa pobreza. Pois a liberdade só pode sentir, quando não houver mais opressão, em nenhum lugar do mundo, assim, cada militante que se encontra nas trincheiras da luta, segue o desafio de lutar e enfrentar as cercas perversas do latifúndio que durante mais de cinco séculos, de história, segue matando, torturando e prendendo nosso povo trabalhador.

Que nossas saudações militantes, seja no sentido de fortalecer o nosso espírito de luta, que seguirá enquanto houver o motor da injustiça social neste país, e nome desse motor é latifúndio.

O latifúndio da terra, do poder e do saber, assim como já dizia nosso grande D. Pedro Casaldáliga, que essas são as cercas, que impedem homens e mulheres de viverem e amarem com dignidade. Nós, homens e mulheres militantes sem terra, seguiremos, combatendo, para que cada palmo de terra dessa pátria, faça cumprir verdadeiramente a sua função social.

O nosso papel na história só se faz cumprir enquanto condição de excluídos, lutando. Pois sabemos que, aos pobres, não resta muito, há somente uma escolha, ou colocamos os pés no caminho, como uma locomotiva, ou seremos isolados, pois cada povo tem o direito de construir sua própria história.

Não queremos mais ser isolados, por vaidades e nem ser superior aos demais, o que queremos é vida, mas vida com dignidade. Por isto companheiros, o caminho é a luta. Atacar por todos os lados. Enfrentar todas as forças, com facão, foice e machado. Eles produzem as vítimas. Nós produzamos os soldados.

Não se entregar, não desanimar, lutar sempre, viva os militantes do MST, viva a classe trabalhadora.

 

 

 

Encontro Estadual de Militantes da Frente de Massas – ES

Centro de Formação Maria Olinda- CEFORMA São Mateus Espírito Santo