Acampamento Popular da Juventude, uma ação de resistência

O objetivo do acampamento foi refletir sobre a conjuntura política vigente e seus reflexos nas políticas públicas voltadas para a juventude do campo e da cidade

Por Maísa Lima
Da Página do MST

Entre os dias 22 e 24 de julho, cerca de 100 jovens ligados ao MST, ao Movimento Camponês Popular (MCP), Levante Popular da Juventude (LPJ), Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST); Pastoral da Juventude do Meio Popular (PJMP) e Pastoral da Juventude Rural (PJR) participaram do 1º Acampamento Popular da Juventude – Goiás, no Centro de Formação do MST em Corumbá, que fica à 113 km de Goiânia.

Conforme Beth Cerqueira, da coordenação do MST em Goiás, o objetivo do acampamento foi refletir sobre a conjuntura política vigente e seus reflexos nas políticas públicas voltadas para a juventude do campo e da cidade.

Os jovens debateram temas como diversidade, reforma agrária popular, agitação e propaganda no processo de transformação social, elementos para análise de conjuntura, gênero e racismo. “Trata-se de uma atividade da resistência. A juventude sempre encabeçou as reações ao autoritarismo. Esse acampamento é para abrirmos os olhos para o golpe em curso e pensar nas táticas que vamos usar contra ele”, completa Beth.
 

goias.jpg

Marcha

Ao final do acampamento, os participantes realizaram uma marcha em Corumbá. “’Precisamos disputar a consciência das pessoas e isso acontece a partir do momento em que apresentamos o nosso projeto de sociedade”, pontua Jossier Boleão, do MCP.

Júlio César Silva, um dos participantes do acampamento, concorda que é hora da juventude progressista mostrar a que veio. Ele está atuando no MST há dez meses e diz que a luta extrapola a reforma agrária pura e simples. “Abarca meio ambiente, acolhida da diversidade sexual, negritude e muito mais. Eu era um jovem alienado, não me preocupava com política. Minha vida mudou”, afirma.

Organização
 

goias1.jpg

Para a organização, os objetivos de fortalecer a organização da juventude goiana, exercitar a solidariedade entre os movimentos e propiciar espaços de Educação Popular e empoderamento dos jovens vindos de diversas realidades, mas que muitas vezes sofrem com os mesmos problemas, como dificuldade de acesso à educação, à saúde, ao saneamento básico e a falta de oportunidades de trabalho e alternativas de lazer, esporte e cultura, foram plenamente alcançados nesse 1º Acampamento Popular da Juventude – Goiás.

“Nesse momento de criminalização dos movimentos sociais, com o enquadramento do MST como organização criminosa e a prisão de militantes, se faz necessário acirrar a luta, a formação política e a organização social, para que possamos interferir na conjuntura, barrar o golpe em curso e retomar a democracia”, pontuam os organizadores.