“Minha arte é a própria terra”, diz assentado durante Feira na Bahia

No assentamento onde mora Amilton possui um galpão conhecido por todos. Dizem que ele faz “milagres” com as mãos, que transforma terra em arte e arte em poesia
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Por Coletivo de Comunicação do MST na Bahia
Da Página do MST

Para Amilton Soares Rocha Oleiro: “O conhecimento vem da terra. Do profundo da terra que nos permite transformar barro em arte”.

Amilton é  assentado de Reforma Agrária. Ele e sua companheira, Rosimeire Pereira de Jesus, são artesãos no assentamento Maju, localizado em São Sebastião do Passé. Os dois estão comercializando suas produções na 2º Feira Estadual da Reforma Agrária em Salvador.

Moldando a argila

A história de Amilton com as artes, começou aos 13 anos de idade quando trabalhava como ajudante numa olaria, foi lá que pela primeira vez viu a “magia das mãos moldando a argila até se transformar em potes, jarros, pratos e porcelanas”.

Amilton não imaginava o tamanho da paixão que ali tinha nascido. Sabia, porém, que para aprender a prática que o encantou precisaria vencer alguns desafios.

Ele conta que na época os artesãos mais velhos não gostavam de ensinar os mais novos. Diferente de Antônio Valério, seu “mestre”, que sentia o desejo de passar adiante o ofício.

“Os tornos era guardados nos porões, vendo meu interesse, Antônio Valério decidiu que iria ser lá o lugar de aprendizado, visto que o porão era o lugar ideal, já que ninguém o visitava nas noites”.

Depois de um ano de muito trabalho e paciência, Amilton já produzia pequenas peças de argila. E assim segue até os dias de hoje.

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Feira da Reforma Agrária 

Hoje, quando Amilton e sua companheira Rosimeire expõem suas obras de arte, construídas com suas mãos, cresce a certeza de que o caminho trilhado até aqui, em defesa da Reforma Agrária é o correto.

No assentamento onde mora Amilton possui um galpão conhecido por todos. Dizem que ele faz “milagres” com as mãos, que transforma terra em arte e arte em poesia.