Na Bahia, Feira da Reforma Agrária comercializa mais de 80 toneladas de produtos

Foram três dias de diálogo permanente com a sociedade soteropolitana sobre a produção de alimentos saudáveis, agroecologia e a construção da Reforma Agrária Popular

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Por Coletivo de Comunicação do MST na Bahia
Da Página do MST
Fotos: Marina Sena

Cerca de 5 mil pessoas passaram diariamente pela 2º Feira Estadual da Reforma Agrária, na Praça da Piedade, em Salvador. O evento que aconteceu entre os dias 11 e 13 de agosto possibilitou que a sociedade soteropolitana conhecesse de perto os produtos dos assentamentos e acampamentos do MST no estado da Bahia.

Foram três dias de diálogo permanente com a sociedade soteropolitana sobre a produção de alimentos saudáveis, agroecologia e a construção da Reforma Agrária Popular. Para isso, mais de 150 itens foram oferecidos junto com a mística do MST, uma conversa sobre a produção de alimentos e atos políticos para se discutir a democratização da terra e as questões raciais.

Ao final foi contabilizada a venda de mais de 80 toneladas de produtos como: aipim, cebola, palmito, hortaliças, frutas e uma grande variedade de verduras. Sem contar o artesanato, os livros, os artigos com a simbologia do MST e claro, as cozinhas, que funcionaram todos os dias com pratos típicos de todo o estado.

Durante as noites artistas populares do cenário estadual e nacional animaram a Feira com samba de roda, ciranda, forró e afoxé. Para direção do Movimento, a programação cultural cumpriu o objetivo de construir mais um espaço de diálogo com a sociedade sobre a cultura produzida nas áreas de Reforma Agrária, colocando na ordem do dia a diversidade cultural que existe no campo e na cidade.
 

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Agroecologia em defesa da vida

Um dos grandes desafios apontados na Feira foi a construção da agroecologia como instrumento político que garanta o desenvolvimento de um novo método produtivo para o campo brasileiro.

Elizabeth Rocha, da direção nacional do Movimento, pontua que na trajetória do MST sempre foi procurado construir uma proposta de Reforma Agrária que trabalhasse com a simbologia e a identidade dos camponeses e sua ligação com a terra.

“Discutimos com os assentados e acampados por compreendermos que eles possuem experiência no trato e no cultivo dos alimentos. Descobrimos que tem uma forma diferente de produzir e essa forma diferente é exatamente com base na agroecologia, porque nós queremos uma sociedade diferente. Pensando nisto, não podemos envenenar a produção. Ao contrário, precisamos cuidar para que a vida se reproduza com qualidade. A agroecologia propõe isso”, explicou.

A visão do MST é de que a produção de alimentos saudáveis realmente chegue para toda a população. No mundo há uma grande parcela desta população que ainda passa fome, enquanto outros concentram grandes extensões de terra.

“A diferença principal está no objetivo final. O nosso é alimentar o povo com qualidade e o agronegócio quer apenas lucrar, trazendo morte e a destruição da natureza e das pessoas”, destacou Rocha.
 

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Ano que vem tem mais                                 

O MST na Bahia avalia positivamente os processos e as relações construídas com a sociedade durante a Feira, reafirmados pela receptividade da população de Salvador que pautava a realização mensal de atividades com o mesmo caráter.

Pensando nisto, um dos grandes desafios colocados pelo Movimento no estado, parte da ideia de pensar a agroecologia como ferramenta impulsionadora deste diálogo permanente.

De acordo com Evanildo Costa, também da direção nacional do Movimento, “precisamos debater e envolver a sociedade. Nossa tarefa não é apenas comercializar, é dialogar, mostrar as conquistas coletivas que a luta pela terra propicia”.

Tendo estes elementos como base, a direção do Movimento afirmou que a Feira da Reforma Agrária será realizada anualmente e no decorrer do ano, as grandes regiões tem como tarefa, mobilizar a sociedade em torno da atividade nas cidades polos

*Editado por Iris Pacheco