O uso da força só corrobora o despreparo de uma instituição militarizada

Em nota, MST repudia violência da Polícia Militar do Estado de São Paulo

 

Da Página do MST 

O Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) vem a público repudiar a atitude da Polícia Militar do Estado de São Paulo que sob comando do governador Geraldo Alckmin e do secretário de Segurança Pública do Estado, Mágino Alves Barbosa Filho, vem reprimindo sistematicamente e com violência os últimos protestos organizados em resistência ao golpe que levou Michel Temer à Presidência da República.

Desde o último dia (29) milhares de pessoas têm saído às ruas de forma espontânea em todas as capitais do país para exercer seu livre direito de manifestação. 

E, deste então, a PM deliberadamente ataca os manifestantes levando pânico e causando danos físicos, muitas vezes irreversíveis, como o que cegou o olho esquerdo da estudante e militante do Levante Popular da Juventude, Deborah Fabri, na última quarta-feira (31).

Trazemos à público nossa indignação, ao passo que nos solidarizamos com Débora e todas e todos que são vítimas cotidianas da polícia que mais mata no mundo.  

O uso da força só corrobora o despreparo de uma instituição  que foi criada nos moldes da ditadura militar e que segue militarizada até os dias de hoje.

Reiteramos que lutar é um direito garantido em Constituição. E isso deve ser respeitado ao passo que cabe às ruas a defesa e a manutenção desses direitos. 

A repressão só aumenta nossa indignação e não vai intimidar a classe trabalhadora de ocupar cada avenida, cada latifúndio e a opinião pública com nosso grito de resistência.
 

São Paulo, 2 de setembro de 2016.