MST comercializa mais de 400 toneladas de alimentos durante Feira em Maceió

Todos os dias, compondo a programação oficial da Feira, rodas de conversa sobre agroecologia, educação e saúde popular, práticas integrativas de saúde e o Festival de Cultura Popular, traziam uma diversidade de atrações.
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Por Gustavo Marinho
Da Página do MST
Fotos: Rafael Soriano

 

Mais de 400 toneladas de alimentos foram comercializados durante a 17ª Feira da Reforma Agrária, realizada pelo MST na capital alagoana. A Feira aconteceu do dia 6 ao dia 9/09 e reuniu 150 trabalhadores e trabalhadoras rurais Sem Terra de todo o estado, que ocuparam a Praça da Faculdade, no bairro do Prado, com uma variedade de produtos vindos dos acampamentos e assentamentos de todas as regiões de Alagoas.

“Trouxemos para a capital o papel e a importância da Reforma Agrária, traduzida na produção de alimentos saudáveis para encher de fartura e saúde a mesa do povo alagoano”, destacou Débora Nunes, da coordenação nacional do MST.

Abóbora, banana, macaxeira, inhame, batata, … De tudo era possível encontrar nas barracas onde, com orgulho, os feirantes apresentavam os alimentos como frutos da luta pela terra.

De acordo com Débora, além da característica presente na Feira da comercialização de alimentos produzidos agroecologicamente, sem o uso de veneno, os produtos eram vendidos a preço justo. “Com a compra diretamente das mãos de quem produz, eliminando a figura do atravessador, o consumidor tem a possibilidade de ter o alimento por um preço abaixo da média do mercado”, disse Nunes. “A Feira não pode ser um espaço de especulação ou de revenda através de atravessadores, a Feira é o espaço de comercialização restrito de quem faz a produção”.

 

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A Feira que já é realizada há 17 anos em Maceió, além de levar a variedade dos alimentos produzidos nas áreas de Reforma Agrária de Alagoas, também ocupa a capital do estado com as mais diversas dimensões da vida do homem e da mulher no campo. Seja através da música, da troca de experiências no manejo e cuidado com a terra, no artesanato ou na culinária, os dias em que os Sem Terra realizam coletivamente a Feira da Reforma Agrária contagiam o coração da cidade em uma verdadeira celebração dos que querem construir para a vida no campo e também na cidade.

“Quando trazemos as diversas dimensões do que é a vida no campo em nossas Feiras, mesmo que ainda tenham muitos desafios a serem superados, é para que as pessoas tenham a possibilidade de refazer a leitura que os grandes meios de comunicação fazem sobre os camponeses e camponesas”, ressaltou Débora, que também compõe o Setor de Produção, Cooperação e Meio Ambiente do Movimento.

Todos os dias, compondo a programação oficial da Feira, rodas de conversa sobre agroecologia, educação e saúde popular, práticas integrativas de saúde e o Festival de Cultura Popular, traziam uma diversidade de temas, debates e trocas de experiência que fortaleciam os espaços da Feira como uma grande expressão da aliança campo e cidade em suas mais diferentes expressões.

“Tudo que materializamos nos dias de realização da Feira da Reforma Agrária, é uma convocação para toda a sociedade compreender a necessidade e importância de realizar-se a Reforma Agrária”, comentou Nunes. “Papel da Reforma Agrária inclusive no intuito de resolver os problemas estruturais que afetam diretamente quem está na cidade, como o inchaço decorrente do êxodo rural, o desemprego, as desigualdades sociais e os problemas de infraestrutura geral das cidades.”, concluiu.

 

 

*Editado por Rafael Soriano