Áreas da Reforma Agrária do Ceará realizam oficinas do projeto pedagógico campesino

Por Elitiel Guedes
Da Página do MST

Os educadores e educandos das escolas de ensino médio do campo das áreas de Reforma Agrária do Ceará participam das oficinas pedagógicas por polos, que se dividem em sertão e litoral. No último final de semana as escolas do Sertão realizaram o encontro que tem como objetivo contribuir com a formação continuada de educadores, a partir do intercâmbio das experiências educativas de cada escola, da reflexão crítica sobre a prática educativa e do aprofundamento teórico de cada realidade.

Com a luta pelo fortalecimento da educação do campo, as escolas buscam fortalecer sua metodologia pedagógica desenvolvida para aprimorar o detalhamento descritivo do inventário da realidade, situando o processo como atividade educativa e o produto como subsídio pedagógico para o planejamento integrado.

A abertura do processo formativo contou com a participação do educador Paulo Roberto, do Setor de Educação do MST/CE, que ressaltou a importância dessas oficinas para o planejamento das escolas, possibilitando “organizar as ações e práticas pedagógicas ao longo dos semestres, além de fortalecer o trabalho coletivo e a construção de planos de ensino de educadores e educadoras, considerando o conteúdo específico de cada área, mas também considerando os elementos da realidade, a partir do inventário”.

O Encontro aconteceu na escola de ensino médio do campo Florestan Fernandes, no município de Monsenhor Tabosa, Assentamento Santana e contou com a presença das escolas de ensino médio do campo João dos Santos de Oliveira e São Francisco em parceria com a Secretaria de Educação (Seduc), todas com a intenção de qualificar o planejamento dos componentes integradores da parte diversificada, a partir das porções da realidade, como estratégias educativas interdisciplinares.

Para Eudes Araújo, diretor  da Escola do Campo Florestan Fernandes, “essa oficina possibilita o fortalecimento da práxis pedagógica dos educadores das escolas do campo potencializando o processo ensino-aprendizagem da escola numa perspectiva de formação humana dos sujeitos camponeses”.

“Esses momentos que buscam intensificar a construção e o aprimoramento de uma educação dos camponeses construída pelo camponeses, é uma conquista da luta diária do Movimento dos Trabalhadores e Trabalhadoras Rurais Sem Terra por escola, terra e dignidade dentro do seu Programa Agrário da Reforma Agrária Popular”, salienta.

Segundo o Educador Antonio Jerri, da área de ciências da natureza da Escola João dos Santos de Oliveira, “esse momento é de suma importância para as práticas pedagógicas em sala de aula dos educadores, pois cada formação que participa, aumenta sua intensidade de conhecimentos, diálogos e prática para com os educandos(a). E a oportunidade de ter esse intercâmbio só fortalece a construção de uma educação do campo que visa a melhoria  da educação nas áreas de reforma agrária”.

A oficina segue durante o final de semana, com a programação intercalada entre avaliação, exposição dialogada, discussão metodológica e exercícios coletivos de atividades interdisciplinares.

*Editado por Rafael Soriano