70 mil mulheres participaram do 31º Encontro Nacional de Mulheres, na Argentina
Do Brasil de Fato
Mais de 70 mil mulheres participaram do 31º Encontro Nacional de Mulheres (31ENM) na Argentina, que terminou nesta segunda (10) na cidade de Rosário, província de Santa Fé. Participaram do encontro, que começou neste sábado (8), mulheres de todas as idades, regiões, siglas partidárias, organizações populares, sindicatos, movimentos feministas e espaços autogestionados.
Como falou uma das organizadoras durante o ato de abertura, “o encontro será, como tem sido historicamente, uma aldeia para lutar e conquistar nossos direitos”. Além de coletivos da Argentina, mulheres de Paraguai, Brasil, Colômbia, México e Venezuela também estavam presentes.
As 69 mesas de discussão permitiam refletir de forma horizontal e plural temas vinculados à sexualidade, trabalho, feminismo, direitos humanos, família, aborto, desemprego, anticoncepcionais, educação, cultura, dívida externa, meio ambiente, esporte, entre outros.
Como afirmou Majo Gerez, militante de Mala Junta, este é o encontro mais massivo desde o retorno da democracia na Argentina. “Esses encontros têm participação cada vez maior de mulheres de todos os pontos do país, para nos empoderar e construir estratégias em coletivo”, explicou.
No domingo, como acontece há 30 anos, as participantes do encontro realizaram a tradicional marcha pelas rua da cidade anfitriã, conseguindo somar nas fileiras a mais de 120 pessoas mobilizadas. Bandeiras de todas as cores, panos verdes [que representam a luta pelo aborto legal seguro e gratuito] e outras sem blusa mostrando os seios, caminharam por Rosário entoando cantos feministas e reivindicando a união das mulheres.
Avançada a marcha durante o fim da tarde, e como aconteceu no ano passado em Mar del Plata [província de Buenos Aires], a polícia aguardou o momento em que as mulheres se aproximaram à Catedral para exigir o fim da intromissão da igreja na vida das mulheres, e iniciaram uma violenta repressão com bombas de gás e bala de borracha que deixou ativistas e jornalistas feridas.
“A repressão se dá num momento em que o governo nacional de Mauricio Macri não só aplica ajustes, provocando mais violência contra as mulheres e a feminização da pobreza, como também que é um governo antidireitos das mulheres, o que gera mais ofensivas e repressão”, afirmou a militante do movimento Pátria Grande. Ela afirmou que, apesar da repressão, o movimento de mulheres e esse tipo de espaço continuam crescendo no país.
“Estamos orgulhosas e felizes de receber muitas mulheres que, dia a dia, tomam consciência da realidade de vivem e sabem que cada um de seus passo tem que ser acompanhado de outras companheiras para elas alcançarem os direitos que lhes faltam”, encerrou.
O 32º ENM, no próximo ano, será em Chaco, na fronteira com o Paraguai.
*Com informação de Notas.org.ar e de Marcha.org.ar
**Tradução: Maria Julia Giménez
***Edição: Camila Rodrigues da Silva