A luta contra o golpe é a luta contra o monopólio midiático

A Semana Nacional pela Democratização dos Meios de Comunicação será realizada de 17 a 23 de outubro

 

Por Amélia Gomes*
Do Brasil de Fato 

Assistimos à cumplicidade dos meios de comunicação frente aos graves ataques aos direitos em curso no nosso país. A imprensa tradicional ameniza e distorce o que de fato representam medidas como a PEC 241 ou a reforma trabalhista do governo golpista de Michel Temer. O fato é que os grandes meios de comunicação não só são coniventes com esse ataque contra o povo como são eles próprios grandes beneficiados do golpe. Para manter a seguro o plano da burguesia, toda e qualquer forma de denúncia será cada vez mais condenada e cerceada. Por isso, neste momento, mais do que nunca, é hora de entender que a luta contra o golpe passa fundamentalmente pela luta contra o monopólio dos meios de comunicação. 

Nossas ferramentas de disputa são poucas e estão correndo grave risco de extinção. A Empresa Brasil de Comunicação (EBC), nossa recém experiência de comunicação pública nacional, está à beira do desmonte. A Medida Provisória 744/2016, publicada no DOU no início de setembro, extingue o conselho curador da EBC. Isso significa que a participação popular será banida e com ela o caráter público da Empresa. Além dessa ameaça direta, os meios de comunicação alternativos e os agentes de comunicação também estão sendo pressionados e coagidos.

Com forma de combate a este ataque e medida de proteção, o Fórum Nacional pela Democratização da Comunicação, entidade que há 25 anos luta contra o monopólio e a hegemonia dos grupos privados de mídia no Brasil, vai lançar na próxima terça-feira (18) uma plataforma virtual para denunciar casos de violação de direitos aos comunicadores no Brasil. A ferramenta integra a Semana Nacional pela Democratização dos Meios de Comunicação, que será realizada de 17 a 23 de outubro. O FNDC realizará ações em todo o país, denunciando as repressões à liberdade de expressão e o monopólio dos meios de comunicação no Brasil.

*Amélia Gomes é militante do Levante Popular da Juventude e do Fórum Nacional pela Democratização da Comunicação