​Sem Terra entregam cerca de 4 toneladas de alimentos na periferia de Maceió

Alimentos vieram dos acampamentos e assentamentos da Reforma Agrária na Zona da Mata Alagoana e foram entregues aos moradores da comunidade

 

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Cerca de 4 toneladas de alimentos foram distribuídas para a comunidade. Foto: Gustavo Marinho

Por Gustavo Marinho 
Da Página do MST

“Aqui está o fruto da luta dos Sem Terra. É com muita satisfação que a gente divide o resultado do nosso trabalho na terra”, disse Débora Nunes, da coordenação nacional do MST, durante o ato de entrega de alimentos no Conjunto Otacílio de Holanda, periferia da parte alta da cidade de Maceió, na manhã da última terça-feira (15).

Cerca de 4 toneladas de alimentos vindo dos acampamentos e assentamentos da Reforma Agrária da região de Atalaia, Zona da Mata Alagoana, foram entregues aos moradores do conjunto. Milhares de sacolas com macaxeira, batata, feijão de corda e laranja chegaram às casas das famílias da comunidade que, mesmo com chuva, fizeram fila e festa para receber os alimentos das mãos dos Sem Terra.

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 Ya Vera Rodrigues junto ao Maracatu Raízes da
Tradição. Foto: Gustavo Marinho

O ato de entrega ocorreu na sede da Abassá de Angola Oyá Igbalé, casa coordenada pela Yalorixá Vera Rodrigues que, junto ao Maracatu Raízes da Tradição, receberam os camponeses e camponesas para a entrega dos produtos.

“Esse é um ato de união e de celebração da vida e da paz”, comentou Mãe Vera. “A comunidade recebe de braços e coração aberto cada uma das doações, na certeza de que hoje muita gente sai daqui feliz sabendo que terá o que comer em casa”.

Ressaltando a necessidade da aliança entre campo e cidade, Débora destacou que essa relação é fundamental para que a população que vive nas cidades compreenda o papel e a importância da realização da Reforma Agrária.

“Vivemos um momento difícil, onde os governantes não garantem saúde, escola, moradia, trabalho… Mas já aprendemos em nossa história que é preciso organização e luta, seja no campo ou na cidade, para fazer com que nossos direitos sejam garantidos”, comentou. “É exatamente por isso que muitas vezes nossas ocupações, lutas e marchas não são compreendidas, pois só com organização e luta, enfrentando o que for preciso, conquistaremos a garantia de condições dignas para a nossa vida, nosso trabalho e produzir alimentos saudáveis para abastecer a mesa do povo brasileiro”.

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“É com muita satisfação que a gente divide o resultado
do nosso trabalho na terra”. Foto: Gustavo Marinho

Débora lembrou também que uma das áreas que levou parte da sua produção para doação na periferia é o acampamento São José, antiga fazenda São Sebastião, em Atalaia, onde as famílias acampadas há 12 anos sofreram despejo e seguem resistindo em luta para conseguir a terra para viver e trabalhar.

De acordo com o Movimento, essas ações devem ser repetidas em outras comunidades na periferia de Maceió e no interior do estado, sempre aliando a doação dos alimentos com a preservação e valorização cultural das comunidades.

*Editado por Iris Pacheco