“A alimentação é um elemento central para integração do campo e cidade”, afirma dirigente
Por Roberta Quintino
Da Página do MST
Para uma alimentação saudável na mesa da população brasileira é fundamental que elementos como a Reforma Agrária, a soberania alimentar e a agroecologia sejam colocados em pauta e discutidos pelos trabalhadores e trabalhadoras do campo e da cidade, é o que afirma Marco Antônio Baratto, da direção nacional do MST/DF.
Acompanhe a cobertura do evento
Com a realização do 1º Circuito de Feiras e Mostras Culturais da Reforma Agrária do Distrito Federal e Entorno, que teve início na sexta-feira (9), em Planaltina, Baratto destaca que o evento vem para materializar a reforma agrária popular que o MST defende.
“A Feira apresenta uma resposta política à conjuntura de retrocessos e ataques que vivemos. É um ato político de resistência contra setores estratégicos que a burguesia domina, como o agronegócio. Além disso, o circuito apresenta uma alternativa à alimentação, produzida por meio da agroecologia e livre de veneno”, aponta o dirigente.
Baratto comenta ainda que dentro do agronegócio não cabe outra linha que não seja o latifúndio, a mecanização pesada e o veneno.
“Para enfrentar esses elementos, a agricultura familiar e agroecológica apresentam outra forma de organização e produção que possibilita se relacionar com a terra e com os mercados locais.” Atualmente o grande mercado da agricultura é controlado por cerca de cinco multinacionais estrangeiras. “É possível fazer um enfrentamento central ao agronegócio. Nosso entendimento é que essas duas matrizes não convivem, ou é agroecologia, com base na reforma agrária ou é o agronegócio, que enfrentamos cotidianamente”, afirma Marco.
Campo e cidade
O debate da soberania alimentar não se restringe apenas ao campo. Nesse sentido, o Circuito de Feiras e Mostras se coloca como um importante instrumento de unidade entre campo e cidade.
De acordo com Marco Baratto, é essencial a discussão sobre a comida, o agrotóxico e a democratização do acesso a terra.
“Criar espaços que aproximem os trabalhadores rurais e urbanos, como a Feira, viabiliza a reflexão sobre o que comemos e de onde vem a alimentação, além de compreender que é possível potencializar uma nova matriz de produção que relacione com a terra e a vida. Logo, a alimentação é um elemento central para integração do campo e cidade”, conclui.
*Editado por Iris Pacheco