MST repudia ação do Incra em Sergipe

Sem Terra que ocupam desde segunda-feira (6) as instalações da Superintendência Regional, foram notificados por uma inédita liminar de despejo

 

Da Página do MST 

O juiz federal Edmilson da Silva Pimenta determinou a desocupação da sede da Superintendência Regional do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) ocupada por integrantes do MST desde a última segunda-feira (6). 

Além da liminar de despejo que demonstra qualquer impossibilidade de diálogo com a pauta da Reforma Agrária, os Sem Terra também denunciam denunciamos os retrocessos orquestrados pelo desgoverno ilegítimo de Michel Temer, com apoio de parlamentares sergipanos

Confira a nota 

O Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MST), ao longo dos mais de 30 anos de história na luta pela terra em Sergipe, vem contribuindo para o fortalecimento das políticas de Reforma Agrária com mais de 200 assentamentos e 190 acampamentos. Nessa condição legítima, repudiamos a administração da Superintendência Regional do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (INCRA) em Sergipe, pela sua ingerência em não atender as pautas dos movimentos campesinos e pela falta de atenção e compromisso com a Reforma Agrária, onde todos os serviços que são executados pelo Instituto encontram-se bloqueados.

Com isso, denunciamos o retrocesso orquestrado pelo desgoverno ilegítimo de Michel Temer, com apoio de parlamentares sergipanos, dentre eles destacamos a atuação de Laércio Oliveira e André Moura, que passaram a ter o controle do órgão em Sergipe, sendo os responsáveis pela indicação do superintendente Haroldo Araújo, cuja gestão atual vem de forma muito clara e objetiva desconstruindo e atacando a construção de uma Reforma Agrária Popular no estado.

O MST, que ocupa desde a segunda-feira (6) as instalações da Superintendência Regional, foi notificado por uma inédita liminar de despejo, jamais proferida anteriormente. Portanto, a atual gestão conduzida pelo senhor Haroldo Araújo não tem sensibilidade para lidar com as questões sociais, remetendo a discussão para as vias judiciais. Essa atitude tem como objetivo criminalizar as organizações da classe trabalhadora, tratando questões sociais como caso de polícia.

Durante aproximadamente nove meses de gestão foram feitas várias tentativas de negociações, porém nenhuma pauta foi atendida. Tal fato entra para a história do órgão como uma administração que não conseguiu concretizar benefícios para os assistidos. Ao contrário, cancelou os contratos de Assistência Técnica e Extensão Rural retirando mais de 200 técnicos que atendiam aproximadamente 10 mil famílias assentadas da Reforma Agrária. 

Por todas essas ações é que os camponeses que ocupam o órgão reivindicam a vistoria e desapropriação imediata das áreas em processo; a liberação e regularização de cestas básicas para as famílias acampadas; demarcação e parcelamento das áreas já desapropriadas e assistência técnica. O MST também repudia todos os pacotes de medidas que trazem retrocesso à classe trabalhadora, dentre elas a MP 759/2016, que visa a regularização fundiária, urbana e rural; a Reforma da Previdência; a Reforma Trabalhista; Privatização da DESO; a Reforma do Ensino Médio e o avanço do agronegócio no campo.

Lutar, construir Reforma Agraria Popular!

Direção Estadual do MST