Jornada de Lutas continua em Maceió com ocupação do Incra

Cerca de três mil Sem Terra estão mobilizados na capital alagoana.

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Por Gustavo Marinho
Da Página do MST

 

Na manhã desta terça-feira (18), cerca de três mil trabalhadores e trabalhadoras Sem Terra mobilizados na capital alagoana ocuparam a sede da Superintendência do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra), no centro de Maceió. 

De acordo com José Roberto, da Direção Nacional do MST, a ocupação do Incra serve para denunciar o ataque que o Governo Federal pretende aplicar na Reforma Agrária. “Através da Medida Provisória 759, o presidente golpista Michel Temer quer dar um verdadeiro golpe na Reforma Agrária. Impedindo a criação de novos assentamentos e privatizando os que já existem”.

Para o dirigente, não há outro motivo para a MP 759, senão acabar com a Reforma Agrária no Brasil. “O governo tem mascarado a proposta pelo nome de titulação dos assentamentos mas, na verdade, é um caminho para endividar os trabalhadores rurais e ser a justificativa para que as terras, hoje a serviço da produção de alimentos e vida de diversas famílias, voltem para as mãos do latifúndio”, destacou. E completa: “Para as famílias que hoje vivem acampadas em seus barracos de lona, os golpistas querem ignorar toda a luta pela conquista de um pedaço de terra e estão prevendo o lançamento de editais para novos assentamentos. Isso é deslegitimar a luta de milhares de famílias em todo o Brasil.”

Os Sem Terra organizados no MST, na Comissão Pastoral da Terra (CPT), no Movimento de Libertação dos Sem Terra (MLST), Movimento de Luta pela Terra (MLT), Movimento Unidos pela Terra (MUPT), Movimento Terra Trabalho e Liberdade (MTL), Terra Livre e no Movimento Via do Trabalho (MVT) ocupam todo o prédio da Superintendência do Incra e exigem uma reunião com o novo superintendente do órgão no estado, Wilson César Lira dos Santos, a quem pretendem apresentar as demandas dos movimentos no estado.

Reunião com o governo do estado

Ainda na manhã desta terça-feira (18), uma representação dos movimentos que participam da Jornada de Lutas, se reúne com o governador do estado Renan Filho (PMDB), no Palácio do Governo, no centro de Maceió.

 

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A reunião foi marcada após passagem da marcha pelo palácio na tarde da segunda-feira (17), quando os três mil trabalhadores e trabalhadoras entregaram a pauta de reivindicação dos movimentos que espera por uma negociação.

Entre as demandas que serão levadas ao Governo do Estado, as organizações do campo pautam, especialmente, a intervenção para destinar as áreas do Grupo João Lyra ao assentamento das famílias acampadas nas terras da Laginha e parte das terras da Usina Guaxuma.

A Jornada Nacional de Lutas em Defesa da Reforma Agrária mobiliza desde o último domingo 14 estados e o Distrito Federal. Entre as principais pautas da Jornada estão a reivindicação do assentamento das mais de 120 mil famílias acampadas no Brasil e a defesa dos direitos dos trabalhadores e trabalhadoras, além de recordar os 21 anos do massacre de Eldorado dos Carajás.

 

*Editado por Leonardo Fernandes