Jornada Universitária debate a Amazônia, na Universidade Federal do Pará

Atividades debateram os desafios do movimento camponês na luta pela Reforma Agrária e a crescente criminalização dos movimentos sociais.

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Por Antônio Carlos
Da Página do MST

 

Entre os dias 24 e 25 de abril, foi realizada a II Jornada Universitária em Defesa da Reforma Agrária e da Soberania Popular na Amazônia, da Universidade Federal do Pará (UFPA).

Pensadas por professores, grupos de pesquisa e movimentos sociais, as Juras têm o objetivo de aproximara comunidade universitária do debate sobre a importância da luta por uma Reforma Agrária Popular, que garanta a produção de alimentos saudáveis para todo o povo brasileiro.

As atividades buscam abordar também a crescente criminalização dos movimentos populares e a repressão enfrentada pelos movimentos camponeses de todo o país. Além disso, refletem as experiências vividas nos assentamentos e acampamentos, na luta cotidiana pela construção de um mundo mais justo.

Os principais pontos debatidos durante a jornada foram a busca de um novo projeto popular para o Brasil e a agroecologia como forma de enfrentamento ao modelo do agronegócio.

Durante os dias de jornada também foi realizada a Feira da Reforma Agrária, que é um dos resultados da luta do MST pela terra. Produtos como pupunha, hortaliças, frutas regionais, macaxeira, pimenta, farinha de mandioca e comidas típicas foram comercializados, mostrando a imensa diversidade da agricultura camponesa praticada na Amazônia.

 

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Para Jane Cabral, da Direção Estadual do MST, a Amazônia é um espaço de disputa e as pessoas que vivem nela precisam se organizar para enfrentar as grandes multinacionais e seus projetos de devastação, monocultura de eucalipto, soja e o grande latifúndio. “Daí nossa jornada também traz o debate da importância da soberania popular”, afirma.

Salomão Hage, professor da UFPA, afirma que as pessoas que vivem na Amazônia só conseguirão viver de forma mais justa com a democratização da terra, da água e da floresta, tornando-a um território de direitos e usufruindo de seus recursos naturais, ambientais e culturais de forma consciente e preservadora. “As Jornadas Universitárias representam a esperança e possibilidade de comprometer as universidades com o fortalecimento da luta por uma sociedade de direitos para todos os seres humanos”, conclui Hage.

Também como parte da jornada, foi inaugurada a Livraria Cabanagem/Expressão Popular, que funcionará nas dependências da UFPA. O espaço se propõe ainda a ser mais um ponto de encontro da militância de esquerda e dos movimentos sociais, estudantis e camponeses.

 

*Editado por Leonardo Fernandes