MST se manifesta sobre crescente onda de violência contra os trabalhadores rurais

Há 21 anos do massacre de Eldorado dos Carajás, mais dois trabalhadores Sem Terra foram brutalmente assassinados no estado, somente nessa semana.

 

 

Da Página do MST

 

Diante da violência brutal, que cobrou a vida de mais dois trabalhadores Sem Terra durante essa semana no Pará, o MST divulga nota pública para condenar a grave situação que enfrentam os trabalhadores do campo no estado.

A nota também reafirma que o movimento não se intimidará e seguirá lutando pela Reforma Agrária Popular e contra a impunidade em relação a esses crimes.

 

Nota Pública do MST-Pará

O MST vem a público denunciar os últimos assassinatos no campo no Pará. A violência e a criminalização contra os trabalhadores rurais no Pará e região vem se acirrando e a descaso dos governos federal e estadual permanece. Resultado dos conflitos no campo, trabalhadores e trabalhadoras são constantemente ameaçados e amedrontados em suas áreas, e os casos só aumentam.

Nesta sexta-feira (5), mais um trabalhador rural foi assassinado na Fazenda Serra Norte, em Eldorado dos Carajás, sudeste paraense. O trabalhador rural Eduardo Soares da Costa, foi torturado e morto dentro da fazenda. Mais uma violência contra os trabalhadores em uma região com terras historicamente griladas e de muitos conflitos.

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Kátia Martins foi executada com cinco tiros numa
emboscada. 

Outro caso recente foi o da trabalhadora e sindicalista, Kátia Martins, 43 anos, que foi executada com cinco tiros numa emboscada ocorrida na noite desta quinta-feira (4) dentro da própria casa, no assentamento “1º de Janeiro”, no nordeste paraense, próximo à capital.

O Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra do Pará se solidariza as famílias das vítimas e repudia mais estas mortes que confirmam a violência constante no meio rural. Há 21 anos do Massacre de Eldorado dos Carajás, se intensificaram no Estado mortes e as ameaças de trabalhadores rurais, militantes, advogados e sindicalistas.

Esta situação já foi denunciada durante a audiência ocorrida em Belém no dia 27 de abril com Jeannot Jasen, Secretário de Segurança Publica e Defesa Social do Pará (SEGUP). Na ocasião, mencionamos os casos de Waldomiro Costa Pereira, a situação das 125 famílias que vivem no acampamento Frei Henri, na Fazenda Fazendinha, no município de Curionópolis, o acampamento Quintino Lira, em Santa Luzia do Pará e outros inúmeros casos que já foram denunciados a Ouvidoria Agrária Estadual e Nacional.

Neste período histórico da luta de classes, diante a ineficiência dos governos federal e estadual em adotar medidas favoráveis à Reforma Agrária, o MST se compromete a seguir denunciando as arbitrariedades e a violência com que as forças do latifúndio, das empresas privadas de mineração e do Estado têm praticado no Pará.

Em memória aos que tombaram pelo sonho da Reforma Agrária e da liberdade da terra e dos seres humanos, o MST continuará na luta e organização com os pobres, contra todas as formas de injustiça e pela Reforma Agrária Popular!

Coordenação Estadual do MST-Pará
Lutar construir Reforma Agrária Popular!

*Editado por Leonardo Fernandes