Jornada Universitária 2017 tem a participação massiva de estudantes de Alfaneas, MG

A organização das atividades contou com a colaboração de de diversos coletivos da região
IMG_0336.jpg

 

Por Isabelle de Freitas
Da Página do MST 

 

Este ano uma das atividades da Jornada Universitárias em Defesa da Reforma Agrária (JURA) que acontecem nacionalmente desde 2013, foi realizada em abril no Sul de Minas Gerais, especificamente na cidade de Varginha.

Na cidade de Alfenas a JURA aconteceu entre os dias 26 e 27 de abril, na Universidade Federal de Alfenas (UNIFAL).

A organização aconteceu pelo MST em conjunto com o Fórum de Combate ao uso de Agrotóxicos da UNIFAL, Coletivo Quilombo e o Levante Popular da Juventude. A programação foi composta por oficinas, palestras e a feira do MST.

O encontro contou também com as participações de Helvio Tamoio, sociólogo, escritor e cineasta, que realizou um debate com o tema: “Caminhos para Roça”. A atividade faz parte do lançamento de seu livro “Quem faz arte Deus castiga?” que acontece em várias regiões do país. Ainda na área artística, Douglas Mansur, fotógrafo, trouxe sua bela exposição sobre a “Fotografia e a Reforma Agrária”. Mansur acompanha e registra o MST há 30 anos.

IMG_0337.jpg

Já a mesa principal contou com a presença de Michele Neves, dirigenta estadual do MST-MG, a Profª Drª Carmen Castro (UFRJ), a Profª Drª Debora Lima, docente da (UNIFAL), Campus Varginha, graduada em Ciências Econômicas e Mestre em Economia pela Universidade Federal de Uberlândia (UFU), que após um breve resgaste histórico do contexto rural brasileiro, enfatizou que a Reforma Agrária se faz necessária, pois as políticas agrícolas existentes no Brasil hoje são para os grandes produtores rurais.

Já a participação da Profª Drª Carmen Castro docente da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), falou sobre a importância das práticas universitárias se aproximarem das práticas dos movimentos sociais, para que o equilíbrio com a teoria e a renovação que se busca nos espaços universitários aconteça.

A Reforma Agrária não é só para distribuição de terra é, sim, para que possamos viver um outro modelo de sociedade, uma vez que o Capital tem um projeto bem definido para o trabalhador e ele é subalternizado”, disse Castro. 

IMG_0294.jpg

Neves falou também sobre a situação dos acampados na região e sobre os presos políticos do Movimento.

“Precisamos falar sobre as 400 famílias que estão há 30 km de Alfenas e que têm seus sonhos sendo jogados no lixo, todos comprados pela sociedade burguesa”. Neves fez essa fala após criticar o decreto que foi derrubado pelo Juiz de Campo Gerais, referente as terras de Ariadnópolis em Campo do Meio.

A Medida Provisória 759/2016, que trata sobre a regularização fundiária imposta pelo Governo Michel Temer e que é apenas mais uma maneira de manutenção e novas aquisições de terra para os grandes produtores rurais que aniquilam todos os direitos dos assentados e agricultores familiares também foi levantada por Michele que disse ainda:

“Essas medidas fazem com que as questões do campo atendam cada vez as demandas do Capital, a mecanização do campo e não vem em sentido nenhum para auxiliar o trabalhador rural, vem com o intuito de baratear o custo para o agronegócio e apenas aumentar seu lucro e seus campos de atuação”, finalizou.

A abertura contou ainda com a apresentação da atriz universitária Jéssica Lenine, que na performance teatral trouxe a dor e a perda através da violência e a dificuldade de ser trabalhadora e trabalhador do campo. 

IMG_0376.jpg