Juventude camponesa avança nas lutas
Por Rafael Soriano
Da Página do MST
Com ações de agitação e propaganda em todo o país durante a Semana do Meio Ambiente, a juventude camponesa apontou o capital e seu modelo no campo, o agronegócio, como causa das grandes devastações da natureza e ameaça às gerações presentes e futuras. Na passagem do dia do Meio Ambiente (5/06), ações em Sergipe, Paraíba e Rondônia mostraram uma juventude camponesa disposta para a luta.
“Nós, da juventude camponesa, realizamos uma série de ações de agitação e propaganda nos estados, sobretudo nas escolas, para explicar à juventude brasileira e ao povo que o verdadeiro causador dos problemas ambientais e da saúde pública brasileira é o agronegócio”, declarou Paulo Henrique Campos, do Coletivo de Juventude do MST. E continua: “essas ações acontecem em um momento histórico, que é a luta pelo Fora Temer e pelas Diretas já, porque esse Congresso não tem nenhum moral para decidir os rumos do país. Quem deve decidir é o povo.”
Em Sergipe, na passagem da Caravana Nacional de Luta Camponesa “Clodomir de Morais”, que começou no dia 3 e culminou no 5 de junho, foi realizado na região do Baixo São Francisco uma jornada de debates e apresentações teatrais da peça “Meio Ambiente em Questão”.
Além de debate em São Cristóvão e de uma roda de conversa promovida pela frente camponesa do Levante Popular da Juventude no estado, no Alto Sertão, em Poço Redondo e Monte Alegre, a juventude realizou oficina de preparação de ações de AgitProp com jovens de várias comunidades camponesas.
Na Paraíba, durante toda a Semana do Meio Ambiente, a juventude mobilizou os municípios de Sumé, Areia e Alagoa Grande. Houve inserção em escolas e universidades, com seminários e rodas de conversa, mas foi bastante marcante a ocupação da Câmara Municipal de Areia, onde o fórum de assentados realizou uma audiência pública sobre segurança no campo.
“A juventude tem uma tarefa importante no debate do meio ambiente, em ajudar a sociedade a entender quem é realmente o causador da grande degradação ambiental que vivemos no país e no mundo, que é o capital, que é o agronegócio, esse modelo de produção e desenvolvimento trazido pelo capitalismo”, adverte Rafaela Alves, do Movimento dos Pequenos Agricultores (MPA).
Rafaela convoca toda a juventude do campo e da cidade a se somar conscientemente neste processo. “É ela, essa juventude, que tem que se preocupar com as presentes e futuras gerações, um futuro que hoje vemos ameaçado. A juventude precisa se envolver fortemente nessa tarefa, com muita criatividade, compromisso e muita disposição para a ação”, afirmou.
Acampamento da Juventude
Reunidos de 2 a 5 de junho na cidade de Ouro Preto do Oeste, estado de Rondônia, mais de 150 jovens da Via Campesina realizaram o III Acampamento da Juventude. O espaço serviu para acumular debate sobre a conjuntura política do Brasil e do mundo, além de intercambiar experiências de luta contra o capitalismo e pela construção de um novo modelo de sociedade, que tenha a Reforma Agrária Popular no centro de sua estratégia.
Ao fim do encontro, os jovens divulgaram um documento, no qual se posicionam sobre diversos temas, apontam as principais reivindicações da juventude camponesa e prestam homenagem ao centenário da Revolução Russa.
Leia a íntegra do documento aqui.
Francisco Kelvim Nobre da Silva, jovem militante do Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB), participante do Acampamento, afirmou que “a juventude tem papel central nas lutas contra os golpes”, trazendo a luta política para o centro do debate. “Não podemos deixar que esse governo, que deu o golpe, que é financiado pelo imperialismo e pelo agronegócio, siga no poder, ou escolha outro para tal. Por isso, Diretas Já”, afirmou.
*Editado por Leonardo Fernandes