MST lança nota em defesa da autonomia universitária e do Hospital Universitário da Ufal

Diversas organizações têm manifestado repúdio a ação e em defesa do Hospital que presta um importante serviço aos alagoanos do campo e da cidade.

 

 

Da Página do MST

 

Logo após a medida de exoneração da atual Superintendente do Hospital Universitário (HU) da Universidade Federal de Alagoas, Fátima Siliansky, militante da saúde pública, a última semana foi de vigilância e redobrada defesa da autonomia universitária.

O MST lançou nota em apoio à comunidade universitária, onde denuncia o ataque ao HU-UFAL e reafirma seu compromisso com a saúde e a educação pública.

A decisão arbitrária “expressa mais uma vez o caráter autoritário do Governo Temer, um governo ilegítimo, apoiado por setores privatistas no campo da saúde e da educação”, destaca a nota do movimento.

Diversas organizações têm manifestado repúdio a ação e em defesa do Hospital que presta um importante serviço aos alagoanos do campo e da cidade.

Confira a nota do MST:

NOTA DO MST EM DEFESA DA AUTONOMIA UNIVERSITÁRIA E DO HU-UFAL

O Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), em Alagoas vem manifestar publicamente apoio à comunidade universitária da Universidade Federal de Alagoas (UFAL), em nome da Reitora Profª Maria Valéria Costa Correia, em face do ataque sofrido à autonomia universitária quando da exoneração da Superintendente do Hospital Universitário Professor Alberto Antunes (HU-UFAL), a professora Fátima Siliansky, militante histórica na defesa da saúde pública.

Tal situação expressa mais uma vez o caráter autoritário do Governo Temer, um governo ilegítimo que, apoiado por setores privatistas no campo da saúde e da educação, fere gravemente o princípio da autonomia universitária e desrespeita as diretrizes políticas das instâncias internas da gestão pública do HU, parte integrante da UFAL.

Consideramos importante mencionar que esta situação conflituosa é reflexo das contradições dos processos sinuosos de privatização e precarização dos serviços de Saúde e Educação. Desde a instalação da Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (EBSERH), em 2011, na gestão anterior da UFAL, já naquele momento o processo se deu de forma anti-democrática.

Vale ressaltar também que essa ação arbitrária tem ainda como tentativa quebrar a solidariedade entre trabalhadores, que independente de vínculos realizam as ações de saúde no cotidiano do HU-UFAL.

O HU-UFAL, como hospital-escola, que articula ensino, pesquisa e extensão, presta um serviço importantíssimo à população alagoana, do campo e da cidade, quando 90% dessa população depende exclusivamente do Sistema Único de Saúde (SUS). O hospital é referência na prestação dos serviços de média e alta complexidade do SUS, em Alagoas. Assim, quaisquer ações que violem os princípios da gestão pública violam também os direitos da população.

Portanto, se faz urgente a revogação da exoneração da superintendente Maria de Fátima Siliansky de Andreazzi, reconhecendo sua legitimidade à frente da direção do HUPAA-UFAL, retomando assim o diálogo, o respeito e a garantia da autonomia universitária e da gestão democrática da Universidade Federal de Alagoas em todos os seus órgãos e instâncias.

Pela educação e saúde pública, gratuita, laica, de qualidade e com autonomia!

Alagoas, junho de 2017.

Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra