“O atual momento político é um espelho da luta de classes no Brasil”, destaca Stedile

Dirigente Nacional do MST participou de um debate sobre conjuntura, durante a 3ª Feira Estadual da Reforma Agrária da Bahia.

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Por Wesley Lima
Da Página do MST
Fotos: Jonas Santos

 

Frente a crise política que vive o Brasil, o MST tem investido em formação, estudo e em instrumentos de diálogo com a sociedade. Foi a partir desses elementos, que a 3º Feira Estadual da Reforma Agrária contou com diversas mesas temáticas e uma análise de conjuntura, com a presença do deputado federal Valmir Assunção (PT-BA) e do dirigente nacional do MST João Pedro Stedile.

O espaço de conjuntura aconteceu nesse último sábado (10), na Praça da Piedade, no centro de Salvador, onde os trabalhadores Sem Terra comercializaram seus produtos, oriundos dos assentamentos e acampamentos da Reforma Agrária no estado da Bahia.

 

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Com a proposta de compreender as principais questões que envolvem o atual momento político e ampliar os debates em torno das lutas pelas “Diretas Já”, Stedile iniciou as reflexões destacando o caráter internacional da crise econômica e e seus efeitos sobre as demais crises, como a política, ambiental e os retrocessos nos direitos dos trabalhadores.

Nesse mesmo contexto, enfatizou que a democracia que temos hoje está a serviço da burguesia e se caracteriza por ser mais um instrumento de dominação da sociedade capitalista.

“No Brasil, sofremos com a crise do capital desde 2008, onde uma ofensiva burguesa tem tentado super explorar a força de trabalhadora da população. Esse processo é um espelho da luta de classes refletida na vida das pessoas e o golpe apenas legitimou essas questões”.

Stedile analisou o golpe em torno de três intencionalidades: a primeira está no aumento da exploração do trabalho, em seguida na apropriação dos recursos públicos e por fim, na livre apropriação dos recursos naturais, com a finalidade de gerar ainda mais riqueza a burguesia brasileira e as forças imperialistas.

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Na mesma linha, Valmir Assunção disse que as ruas precisam pertencer aos trabalhadores e trabalhadoras para exigir “Diretas Já” e barrar o projeto de sociedade que está em vigor. Para isso, a unidade entre os movimentos do campo e da cidade, com o objetivo de impulsionar as lutas políticas no país foi um desafio colocado por Assunção para os próximos dias. “Nossa tarefa é de avançar na luta e nas articulações. Essas questões têm apontado as ruas como uma estratégia indispensável”, afirmou.

Dia 30 tem Greve Geral

Com foco na Greve Geral, convocada para o dia 30 de junho, Stedile afirmou que o MST vai fechar as BRs para derrubar o governo. A Greve é convocada pelos vários movimentos e organizações sociais que constroem as frentes Povo Sem Medo e Brasil Popular, esta última, que lançou o “Plano Popular de Emergência”, um documento que lista uma série de medidas propostas pelas organizações populares, para tirar o país das crises.

 

*Editado por Leonardo Fernandes