“Com feminismo e soberania alimentar mudamos o mundo”
Da Via Camponesa
Ontem (17), aconteceu a abertura da V Assembleia Internacional de Mulheres da Via Campesina, em que participam aproximadamente 150 mulheres de todos os continentes, representando 164 organizações de 79 países.
Depois da assembleia de mulheres realizada há quatro anos em Jakarta, na Indonésia, as mulheres se reúnem novamente em Derio, no País Basco, para articular estratégias de ação e trocar experiências a partir do lema “Construímos movimento para mudar o mundo, com feminismo e soberania alimentar”.
A mística do espaço de abertura da assembleia permitiu que as mulheres campesinas de diferentes partes do mundo reconhecessem elementos de unidade. Durante o encontro, elas reafirmaram a luta contra o patriarcado, em defesa da alimentação saudável, da proteção do meio ambiente, pela paz no mundo e pelo fim da violência contra as mulheres.
No início da atividade, celebrou-se o lugar que hoje em dia as mulheres campesinas ocupam, ao cumprir papéis tão importantes quanto os dos homens na liderança da Via Campesina, o que foi enfatizado durante a retomada histórica do papel das mulheres na organização.
As mulheres também lembraram as alianças com outros movimentos sociais e entidades que apoiam a luta das mulheres camponesas. Entre eles, a Marcha Mundial das Mulheres (MMM), Amigos da Terra, o Fórum Mundial dos Povos da Pesca e o grupo ETC, cujas delegadas estiveram presentes.
No evento, as participantes afirmaram que as lutas sociais transcendem as fronteiras. De Moçambique à Índia, passando por Honduras, mencionaram o feminicídio, a falta de acesso à terra, a ausência de direitos como mulheres, seres humanos e trabalhadoras, as leis contra as sementes indígenas e crioulas, das quais as campesinas são guardiãs.
Hoje (18), as mulheres campesinas construirão o plano de ação para os próximos quatro anos, definindo suas contribuições para a VII Conferência da Vía Campesina, que acontecerá entre os dias 19 e 22 de julho.
Elizabeth Mpofu, do Fórum de Pequenos Agricultores Orgânicos do Zimbabwe (ZIMSOFF) e atualmente coordenadora da Via Campesina, expressou que “o mundo experimenta o parto da agonia final, caracterizado pela desigualdade, pela guerra que impede a paz, a fome, a seca, o aumento nos preços dos alimentos, a violência”.
Mpofu também afirmou que: “diante desta crise humanitária, as mulheres estão na vanguarda da produção de alimentos e da mudança social baseada na solidariedade, na justiça e na esperança”.
Coletivo de Comunicação da Via Campesina