Movimentos e Organizações populares lançam Grito dos Excluídos no Distrito Federal

Ato integra as ações de mobilização prévias Dia da Independência (7 de setembro), sob o lema “Por Direitos e Democracia a Luta é Todo Dia”.
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Por Iris Pacheco 
Da Página do MST

Na noite desta terça-feira, 8, entidades sindicais, pastorais sociais, movimentos populares, partidos políticos e organizações religiosas lançaram a edição 2017 do Grito dos Excluídos no Distrito Federal.

O evento, que ocorreu na Cúria Metropolitana de Brasília, integra as ações de mobilização prévias ao Dia da Independência (7 de setembro), sob o lema “Por Direitos e Democracia a Luta é Todo Dia”, o Grito traz o debate sobre o momento atual do país, os impactos do avanço das forças conservadoras sobre os movimentos populares, as minorias e os não acolhidos pelo Estado.

Para Laura Lyrio, militante do Levante Popular da Juventude e representante dos movimentos populares na mesa de abertura, a relação entre os setores progressistas das igrejas e as organizações políticas é fundamental para se avançar na unidade da luta pelos direitos sociais e na resistência ao avanço do conservadorismo e a repressão aos movimentos sociais no país.

“Esse golpe político, que é uma radicalização da exclusão do povo do poder, vem também o conservadorismo que é bastante violento… Um dos objetivos do golpe foi desmobilizar o povo para o exercício da política, somente com o trabalho de base podemos reconstruir.  O grito é um processo até o 7 de setembro no qual vamos botar nas ruas o lema da campanha, afirmando que essa indignação é legitima”, ressalta.

Já o frei Olávio Dotto, da Comissão Episcopal Pastoral para o Serviço da Caridade, da Justiça e da Paz da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), trouxe para o público presente a memória da construção do Grito dos Excluídos no Brasil, que surgiu da necessidade de evidenciar as causas da exclusão social.

“O Grito tem uma história de 22 anos. Era também um tempo difícil. Se decidiu ter um espaço permanente no qual se mostre o rosto dos excluídos. O grito não é só o Sete de Setembro, é todo processo que culmina nele”, relembrou Dotto que também pediu unidade às forças populares.

Demonstrando a unidade e participação não só das forças populares, mas também religiosa, a pastora luterana Romi Benck, secretária-geral do Conselho Nacional das Igrejas Cristãs do Brasil (Conic), comentou sobre o cenário crítico do país.

Para Benck não há mais democracia no país e é preciso cultivar o sentimento de indignação diante de tantos retrocessos e retiradas de direitos.

“Nós vivemos em um país autoritário. O que nós temos é o totalitarismo econômico e financeiro que quer decidir e comandar nossas vidas. Há um ano, se votava pela ruptura democrática em nome de Deus. Esse ano, votaram pela permanência [de Temer] em nome da economia. É de se perguntar: que fé rege a posição dos parlamentares? É o deus mercado”.

Também compôs a mesa do evento o diretor executivo Cáritas Brasileira, Luís Cláudio Mandela, e o cardeal Sergio Arcebispo de Brasília e Presidente da Conferência Nacional do Bispos do Brasil  (CNBB). 

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