MST anuncia data da 18ª edição da Feira da Reforma Agrária em Maceió

Cerca de 200 trabalhadores e trabalhadoras Sem Terra são esperados para comercializar os produtos dos acampamentos e assentamentos

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Por Gustavo Marinho
Da Página do MST

 

Após a realização de uma agenda de feiras em vários municípios de todas as regiões de Alagoas, o MST realiza no mês de setembro a 18ª edição da Feira da Reforma Agrária na capital Maceió. A Feira, a ser realizada na Praça da Faculdade, acontecerá entre os dias 6 e 9 de setembro.

Cerca de 200 trabalhadores e trabalhadoras Sem Terra são esperados para comercializar os produtos dos acampamentos e assentamentos da Reforma Agrária na mais antiga Feira anual do Movimento no país.

“Por mais um ano vamos ocupar a Praça da Faculdade com os frutos da luta pela terra: a produção de alimentos saudáveis, a cultura e a diversidade da vida no campo”, comentou Débora Nunes, da coordenação nacional do MST.

De acordo com Débora, a Feira de 2017 traz como principal marca a resistência e a organização dos Sem Terra.

“Mesmo vivendo uma conjuntura difícil como estamos presenciando, chegar aos 18 anos de realização da nossa Feira da Reforma Agrária é uma grande demonstração de resistência. Resistência essa que é materializada na nossa produção de alimentos, mesmo sem o apoio e incentivo dos governos, materializada na construção de outra relação com a natureza e de outros valores entre homens, mulheres, jovens e crianças”, destacou.
 

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Assim como nos anos anteriores, a Feira deve ocupar a praça com uma variedade de produtos vindos de todas as regiões de Alagoas, nos municípios onde o MST está organizado. Seja através da macaxeira, da batata, abóbora, feijão, milho e hortaliças, as barracas da Feira proporcionam ao consumidor a compra dos produtos direto das mãos de quem o cultivou na roça.

“Além dos produtos in natura, esse ano teremos como novidade a venda dos produtos beneficiados em nossas agroindústrias da Reforma Agrária de Alagoas”, comentou Nunes, que também integra o Setor de Produção do MST.

“Do alto Sertão de Alagoas teremos a castanha de caju, o doce em calda e em pasta. Já vindo da região da Zona da Mata teremos macaxeira embalada à vácuo. A comercialização desses produtos são frutos da luta e organização dos camponeses em suas cooperativas, que esse ano fazem mais uma importante demonstração na capital do estado de que a Reforma Agrária dá certo, gerando trabalho, renda e produzindo alimentos saudáveis para a mesa do povo”, salienta.

Débora destaca também que na edição desse ano da Feira da Reforma Agrária a diversidade da vida no campo deve ainda estar mais presente.

“Seja na participação da juventude, com a produção de artesanato em madeira e na palha, nos trabalhos coletivos das mulheres Sem Terra, na fabricação de bolos, doces e geleias, passando pelos momentos culturais com atividades que vão movimentar todos os dias da Feira, atividades de formação e debate, chegamos aos 18 anos de Feira com a disposição de intensificar ainda mais o diálogo com a sociedade sobre a necessidade e a importância da Reforma Agrária para solucionar os problemas de quem vive no campo e contribuir na solução dos problemas estruturais que afetam as grandes cidades”, destaca Nunes.

“Resistindo e indo de encontro à ofensiva que diz para o povo que o agronegócio é tudo, realizamos esse ano diversas feiras em todas as regiões de Alagoas, dialogando com a população, na disposição de ocupar por mais um ano consecutivo a praça da Faculdade, construindo esse grande encontro entre campo e cidade que é a nossa Feira da Reforma Agrária”, conclui.

 

 

*Editado por Rafael Soriano