No RN, Lula defende a Petrobrás e a democratização da comunicação

“Uma das coisas que eu vou fazer é regular os meios de comunicação desse pais, porque não é possível a gente ser vítima todo dia da mentira deles!”, afirma.

 

Por Jailma Lopes
Da Página do MST
 

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Foto: Ricardo Stuckert

 

Em Mossoró, a última parada da “Caravana Lula pelo Brasil” no Rio Grande do Norte, foi recebida na noite de segunda-feira (28), por cerca de 40 mil pessoas, de 40 municípios do estado, que encheram a Estação das Artes Elizeu Ventania. Com apresentações culturais de artistas da terra, mostra audiovisual, produzido por comunicadoras/es populares e a presença de vários movimentos populares do campo e da cidade,  este foi um dos maiores atos da caravana.
 

Recebido por muitas expressões de carinho e solidariedade, aglutinados por vários setores, Lula, relembra de outros momentos que esteve em Mossoró, quando em seu primeiro mandato esteve em uma das maiores ocupações do MST daquele período, que se tornou o Assentamento Eldorado dos Carajás II, com mais de 10 agrovilas e 1.170 famílias Sem Terra. 
 

“Toda vez que eu venho a Mossoró fico impressionado com o tanto de gente que vem me receber. Queria lembrar algumas coisas a vocês, em 2004, na Caravana da Cidadania eu dei uma passada por aqui e fui visitar uma tal de fazenda Maisa”, recorda.
 

Em 2008, quando ele inaugurou a Universidade Federal Rural do Semiárido (UFERSA). “Pouco depois eu vim aqui e havia uma reivindicação da juventude para eu fazer uma universidade federal. Eu assumi o compromisso. Diziam que eu vinha aqui inaugurar um muro, mas não, eu vim fazer uma fábrica de inteligência e conhecimento. Vim derrubar o muro que chamei de muro da vergonha, para mais que dobrar o número de estudantes aqui no RN”, afirma Lula.
 

Atualmente a UFERSA tem 50 cursos de graduação, mais de 20 programas de pós-graduação, distribuídos em Mossoró e nos campis de Pau dos Ferros, Caraúbas e Angicos, com 600 professoras/es, e quase 10 mil estudantes.
 

Lula seguiu, relembrando também da caravana que fez em 1994, quando visitou a Base 34 da Petrobrás, que no dia 28, o recebera com mobilização dos petroleiras/os, denunciando os desmontes, provocados pelo golpe, na empresa que é responsável pela geração do maior número de emprego e renda de Mossoró e região. 
 

“Tenho consciência do que fizemos nesse país para as mulheres, jovens e produtores rurais. Quando passei em Mossoró em 94, eu fui conversar com os petroleiros e recebi a informação de que a Petrobrás tinha feito um poço de petróleo e achado água. Naquela época ofereceram o poço ao governador do estado, dizendo que daria água potável para as comunidades. Quando eu fui eleito eu pensei em voltar para assumir o compromisso. A Petrobrás inaugurou o poço e levou água para algumas comunidades. Determinamos também a construção da BR 101 para que esse povo pudesse ter uma estrada moderna. “Eu fiz a maior capitalização na bolsa de valores de São Paulo, colocando dinheiro na Petrobrás para ela avançar tecnologicamente, e se transformar na segunda empresa petroleira do mundo”, destaca Lula.
 

Para ele, momentos como o que aconteceu ontem em Mossoró, e tem ocorrido onde a caravana passa, tem demonstrado que “o povo brasileiro não tem memória curta”, ao contrário do que pensa a mídia hegemônica brasileira e se dependesse dela, com a disseminação de discursos de ódio e de ignorância, criminalização da política, da esquerda e do povo pobre, com produção de discursos únicos tem feito pensar, por isso, “é um contraponto ao que a mídia faz com a gente”, e assegura, caso possa disputar as eleições: “uma das coisas que eu vou fazer é regular os meios de comunicação desse pais, porque não é possível a gente ser vítima todo dia da mentira deles!”, destaca.
 

Por isso, a caravana tem saído pelo Brasil, para dialogar com o povo sobre o que está em jogo no Brasil, que não é apenas aumento de salário, não é só a educação, mas o rumo desse ciclo histórico: “vim falar pra essa cidade, para falar para as milhares de pessoas daqui, que o que está em jogo hoje é o Brasil e a defesa da soberania desse país. Agora tão vendendo tudo, tão vendendo a Eletrobrás, a casa da moeda, daqui a pouco vão vender a BR. É preciso ter a clareza que uma nação é construída sobre alguns valores, tem que ver a qualidade de vida do povo, da educação, do emprego, da saúde. Porque só tem nação se tiver povo, e é isso que estão destruindo e entregando às empresas estrangeiras”, defende.
 

Assim, numa referência à direita, conclui se colocando a predisposição em seguir lutando pelo Brasil, e da necessidade de superar “o complexo de vira-latas”, da necessidade de recuperar o país e a autoestima brasileira, que conseguiu ser respeitado “em todo lugar do mundo”.
 

*Editado por Geanini Hackbardt