No 7 de Setembro, movimentos vão às ruas contra reformas e retirada de direitos

Grito dos Excluídos no Distrito Federal defende o Fora Temer, a democracia e a soberania nacional. Mobilização terá início às 8h30, em frente ao Museu Nacional.
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Da Página do MST 

O Dia da Independência será marcado no Distrito Federal por mais uma edição do Grito dos/as Excluídos/as. A partir da iniciativa das pastorais sociais da CNBB (Conferência Nacional dos Bispos do Brasil), movimentos populares, organizações da sociedade civil e ativistas sairão às ruas para lembrar que a comemoração da independência do país só faz sentido com soberania, desenvolvimento e a garantia de direitos e dignidade para a população. 

Este ano, entre as pautas centrais de reivindicação do Grito estão a defesa da previdência pública, a anulação da Reforma Trabalhista e o combate às privatizações da Eletrobras e da Petrobras. Além de pedir Fora Temer, os movimentos também defendem uma Reforma Política com efetiva participação popular e são contrários à proposta do chamado Distritão, em análise no Congresso Nacional.
A crise da água no Distrito Federal, causada por um modelo que privilegia o capital – como o agronegócio, que se apropria de 80% dos recursos hídricos do país – e penaliza principalmente os mais pobres, também será objeto de protesto. 
No dia 7 de setembro, a concentração para a marcha terá início às 8h30, em frente ao Museu Nacional, com a presença de artistas locais e uma programação cultural. A caminhada sairá às 10h pela Esplanada dos Ministérios, até o Congresso Nacional, em sentido contrário ao do desfile militar oficial. Para os organizadores do Grito dos/as Excluídos/as, em um contexto de golpe de Estado, uma forte manifestação popular contrapondo o desfile oficial e o governo Temer se faz ainda mais necessária.
“A sociedade brasileira está cada vez mais perplexa, diante da profunda crise ética que tem levado a decisões políticas e econômicas que, tomadas sem a participação da sociedade, implicam em perda de direitos, agravam situações de exclusão e penalizam o povo brasileiro pobre. (…) Encorajamos, mais uma vez, as pessoas de boa vontade, particularmente em nossas comunidades, a se mobilizarem pacificamente na defesa da dignidade e dos direitos do povo brasileiro”, declarou a CNBB em mensagem oficial divulgada no último dia 1 de setembro.
Sobre o Grito dos/as Excluídos/as
O Grito nasceu com o objetivo de responder aos desafios levantados por ocasião da 2ª Semana Social Brasileira, realizada em 1994 pela CNBB, cujo tema era “Brasil, alternativas e protagonistas”, e aprofundar o tema da Campanha da Fraternidade em 1995, que tinha como lema “Eras tu, Senhor”.
Realizado sempre no dia 7 de setembro, com suas várias modalidades, o Grito é construído com a participação das comunidades cristãs, movimentos, pastorais sociais e organizações da sociedade civil, que reconfiguraram a data da independência como um dia de luta do povo brasileiro pela construção de um projeto popular para o Brasil que inclua todas e todos. Ao longo de seus 23 anos, o Grito tem registrado e apontado o caminho da luta em importantes e decisivos momentos da história do povo brasileiro. 
O dia 7 de setembro é o ponto de chegada da mobilização. O Grito é um processo de trabalho de base que este ano, no Distrito Federal, ocupou todo o mês de agosto e início de setembro, com atividades nas comunidades, paróquias, escolas, realização de panfletagens, ações de agitação e propaganda e rodas de conversa. O lema da 23a edição, de 2017, é “Por direito e democracia, a luta é de todo dia”.
Constróem o Grito dos/as Excluídos/as no DF: Cáritas, Pastoral do Migrante, Pastoral do Menor, Pastoral da Criança, Movimento Fé e Política, Comissão de Justiça e Paz da CNBB, Frente Brasil Popular, Frente Povo Sem Medo, Consulta Popular, MST, MPA, Movimento de Mulheres Camponesas, Via Campesina, CUT, CTB, Sinpro-DF, Marcha Mundial das Mulheres, FNDC, Levante Popular da Juventude, Movimento de Trabalhadoras e Trabalhadores por Direitos – MTD, MTST, Sindsasc, entre outros.