Porto Alegre se prepara para o 23º Grito dos Excluídos

O evento é promovido por pastorais, igrejas, movimentos sociais, ONG’s, sindicatos e apoiadores, com o objetivo de denunciar a estrutura opressiva e excludente da sociedade.

 

Por Letícia Stasiak
Da Página do MST

 
O Grito dos Excluídos, criado pela Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) em 1995, terá na próxima quinta-feira (7) sua 23ª edição em Porto Alegre, a Capital do Rio Grande do Sul.

O evento é promovido por pastorais, igrejas, movimentos sociais, ONG’s, sindicatos e apoiadores, com o objetivo de denunciar a estrutura opressiva e excludente da sociedade e construir ações a fim de fortalecer e mobilizar a classe trabalhadora nas lutas populares. Este ano, o evento tem como lema “Por direitos e democracia, a luta é todo dia”.

“Dia sete é somente o início do Grito. Lutaremos por uma democracia popular e por mais direitos. A rua é um palco que podemos expressar e erguer a nossa voz e é isso que faremos”, explica Dom Adilson Pedro Busin, bispo auxiliar da Arquidiocese de Porto Alegre.

Na manhã desta terça-feira (5), na Igreja Nossa Senhora das Dores, no Centro Histórico da Capital, aconteceu uma coletiva de imprensa para tratar sobre a marcha do Grito dos Excluídos. Estiveram presentes representantes dos imigrantes, do MST, da Central Única dos Trabalhadores (CUT), do Sindicato dos Empregados em Empresas de Assessoramento, Perícias, Informações e Pesquisas e de Fundações Estaduais do RS (Semapi), da Cooperativa de Reciclagem Renascer, do Sindicato dos Músicos, da Central de Movimentos Populares (CMP) e de bispos da cidade.

Na oportunidade, houveram falas voltadas ao que cada movimento e entidade defendem e também o que sofrem e querem expor na marcha.

“Nós enfrentamos uma paralisia da Reforma Agrária e por isto tem muitas famílias do MST que ainda estão morando debaixo de lona preta. Os nossos acampamentos não recebem cestas básicas da Conab [Companhia Nacional do Abastecimento] há dez meses. No dia sete, sairemos às ruas para exigir que a Reforma Agrária saia do papel e que as mais de duas mil famílias acampadas no RS possam ter uma vida digna”, comenta a representante do MST, Aida Teixeira.

A marcha do Grito dos Excluídos iniciará às 9 horas na Rótula das Cuias e seguirá pelas ruas centrais da cidade até a Praça Júlio Mesquita, localizada em frente à Usina do Gasômetro, onde acontecerá um almoço comunitário e rodas de conversas. Durante o trajeto serão denunciadas as diversas reformas propostas pelo presidente Michel Temer (PMDB), que retiram direitos da população, entre elas, a trabalhista e a previdenciária.