Circuito Cultural e Mostra de Feira da Reforma Agrária discute desafios do MST no Rio Grande do Norte

2º dia de atividades reuniu assentados e assentadas do MST no estado para debater as necessidades locais, as estratégias para o avanço da produção e a resistência aos retrocessos do governo golpista.

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Da Página do MST
Fotos: Joan Rodrigues

O 2º dia de Circuito Cultural e Mostra de Feira da Reforma Agrária, contou com o debate sobre os Desafios dos Assentamentos da Reforma Agrária e o debate da Titularização, no Rio Grande do Norte, conduzido pelos militantes da Direção Estadual, Jailma Lopes e Márcio Mello.

O debate teve como objetivo fazer balanço sobre os desafios dos assentamentos da Reforma Agrária do estado em meio a conjuntura política de golpe, de paralisação da Reforma Agrária e cortes de investimentos da agricultura camponesa e familiar, no desenvolvimento dos assentamentos, bem como medidas que mudam a legislação, privatizando os assentamentos, como o Decreto Lei de Titularização.

De acordo com os elementos apontados no debate, os tempos de golpe e retirada de direitos, demanda que o MST reinvente formas de lutas, sobretudo, no que tange à organização dos assentamentos, compreendidos como territórios de resistência, que possibilita forjar outras formas de organização da sociedade.

 

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Fotos: Joan Rodrigues

Márcio Mello destacou o desafio de construir a transição agroecológica, “que não pode acontecer sem aprofundar o trabalho de base, avançar no processo de organização da produção, pensando o escoamento, o beneficiamento, e fazendo que nossa produção alimente o povo”.

Já Jailma Lopes apontou a necessidade potencializar as forças vivas dos assentamentos, aprofundar o debate da Reforma Agrária Popular, que se materializa com a construção do poder popular. “Sabemos que a Reforma Agrária não estava colocada no último ciclo histórico, nós disputamos políticas de assentamentos com todas as contradições possíveis, mas com o golpe, a Reforma Agrária está completamente bloqueada, e além disso, está em curso tentativas de privatizar os assentamentos”, afirmou.

O debate com os assentados e assentadas buscou fazer um levantamentos de várias pautas que mobilizam, e das necessidades locais para se avançar na organização da produção. Além disso, os trabalhadores e trabalhadoras apontaram a agroecologia como matriz de desenvolvimento, que permite outra relação com terra, como quem vive no campo, com a cooperação e a construção de consciência crítica a esse sistema.

O Circuito Cultural e Mostra de Feira da Reforma Agrária vai até o domingo (17), no Centro de Formação Patativa do Assaré, em Ceará-Mirim, no Rio Grande do Norte. 

 

*Editado por Leonardo Fernandes