Nós que amamos a revolução, resistiremos!

1º Curso de Feminismo e Marxismo da região centro-oeste foi realizado entre os dias 24 e 27 de setembro em Várzea Grande, Mato Grosso.

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Por Adriana Gomes
Da Página do MST

 

O 1º Curso de Feminismo e Marxismo da região centro-oeste, aconteceu entre os dias 24 a 27 de setembro de 2017, no Centro de Formação e Pesquisa Olga Benário em Várzea Grande, Mato Grosso, com a presença de mulheres do Distrito Federal, Goiás, Mato Grosso e Rondônia.

O processo de formação coletiva das mulheres dirigentes do MST por meio do Setor de Gênero na região Centro Oeste busca a construção da unidade e de pensar as outras relações dos sujeitos coletivos que queremos constituir nessa sociedade em que lutamos e questionamos a propriedade privada.

Para Lucinéia Freitas, do Setor de Gênero e Coletivo Nacional de Mulheres do MST, “o Setor de Gênero do MST, apresenta um desafio importante para a nossa organização por que nos permite pensar qual a necessidade de uma revolução cultural, além da revolução econômica, pois é impossível pensar uma sociedade sobre outros patamares produtivos se não repensar as relações dos sujeitos dessa sociedade”.

Rosmeri Witcel, da Escola Nacional Florestán Fernandes, facilitou o debate sobre gênero e classe “como uma lupa para enxergar as relações de gênero entre os sexos, seus conflitos e suas contradições. E ainda, serve tanto para evidenciar as opressões como também para transformar as mulheres em protagonistas de sua própria história e na luta”.

 

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A socióloga Maria Orlanda Pinassi convidou à reflexão sobre a conquista da igualdade nas relações de gênero, raça e classe, necessária para acabar com qualquer propriedade privada. A classe trabalhadora é quem se reconhece na diversidade e na sua especificidade ao desencontro da estrutura capitalista, que tratam todos e todas, como mercadoria para o processo avassalador da produção. Na escala de hierarquização do capital, a exploração do trabalho apenas se diferenciará na definição do salário dos sujeitos coletivos por meio do gênero, raça e identidade sexual. O grande desafio posto é enriquecer a pauta revolucionária com a confluência das especificidades de todos os sujeitos coletivos para a libertação universal e a socialização dos meios de produção.

Finalmente, outro tema muito caro a nós mulheres debatido foi o avanço do capital no campo da região centro-oeste. Lucinéia Freitas abriu o debate no âmbito da crise estrutural e internacional provocado pelo capital e como ele se estabelece no Brasil, e ainda provocou que a crise no país pode estruturar um país soberano ou ampliar a relação da periferia de subordinação ao centro.

O debate também abordou o avanço do agronegócio da região centro-oeste e como a sua exploração está relacionada à divisão por bioma brasileiro: cerrado, mata atlântica e amazônica, o que defini a forma de exploração em cada região do país.

Sendo assim, as mulheres militantes discutiram os desafios que a classe trabalhadora tem ao pensar a região centro-oeste, que é o centro da espoliação desse modelo de produção, as parcerias, ações de forma integrada entre os diversos estados do Centro-Oeste e da região amazônica e como integrar outras pautas na nossa luta, como a questão ambiental dos povos originários e dos trabalhadores assalariados.

“Nenhum inimigo é impossível de derrotar” (Fidel Castro)

 

*Editado por Leonardo Fernandes