A cultura caminha lado a lado com a luta pela terra
Por Thanee Desgasperi – Mídia Ninja
Da Página do MST
A noite deste sábado (07) no Circuito de Arte e Cultura da Reforma Agrária em Belo Horizonte, trouxe grandes nomes mineiros da música de diferentes estilos para animar as trabalhadoras e trabalhadores do campo e a população local que compareceu ao evento.
No palco Vander Lee o MST recebeu a cantora Titane, que realizou um show que durou mais de uma hora e encantou o público presente. Como já é conhecido em seu perfil, a artista trouxe um forte elemento de luta para o palco, onde fez afirmações importantes sobre a questão da terra para a população do campo, lembrando do crime ocorrido no município de Mariana, Minas Gerais, e que se estendeu por toda a bacia do Rio Doce com o rompimento da barragem de Fundão, cidade mineira onde se destruiu todo o ecossistema do rio no estado e também no Espírito Santo.
Continuando a festa, a sambista Aline Calixto subiu no palco e fez o público dançar. Ela, assim como Titane, fez questão de ressaltar a luta do MST por um país mais justo e igualitário. Animada, Calixto levantou diversas vezes a bandeira do movimento e destacou que o considera o movimento social mais importante do país. Apesar dos protestos do público, a cantora deixou os palcos para dar espaço a mais um artista de luta, Flávio Renegado, que trocou o samba por batidas de hip hop.
Renegado levantou o público e fez seu show com muitas demonstrações de apoio ao MST e às questões sociais que afligem o país ainda mais neste momento de governo ilegítimo que busca retirar os direitos da população. Sem Terra dançaram e se divertiram, assim como todo o público presente nos shows destes três artistas que acompanham o MST e reafirmaram continuar a luta pela reforma agrária junto ao Movimento.
Estes três artistas demonstram como a cultura caminha lado a lado da luta pela terra. É mais uma amostra do respeito que existe dentro da classe artística com MST. Além de Titane, Aline Calixto e Flávio Renegado, houve também apresentações de artistas da Reforma Agrária, imprimindo no Festival uma das suas características principais, que é a arte, e mostrando que o Movimento é mais do que produtos provenientes do campo, é também o povo que produz, e traz a diversidade dos acampamentos e assentamentos, desmistificando a ideia de que as pessoas do campo se limitam à produção de alimentos e são mais do que capazes de produzir muita coisa boa para alimentar a alma e enriquecer a cultura de um país tão diverso.
*Editado por Iris Pacheco