Conferência em Brasília debate saúde e vigilância para as populações do campo

Evento, organizado por movimentos sociais do campo, da floresta e das águas, foi realizado na sede da Fiocruz, entre os dias 9 e 10 de outubro
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Da Página do MST

Entre os dias 9 e 10 de outubro foi realizada na sede da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) em Brasília, a I Conferência Livre em Saúde e Vigilância para as Populações do Campo, da Floresta e das Águas, organizada por movimentos sociais, com o objetivo de debater os desafios da construção da vigilância em saúde e dos modelos de atenção integral.

Grupos de trabalho e mesas de debate foram realizadas no sentido de construir propostas para a 2ª Conferência Nacional de Vigilância em Saúde. “Foram apontadas várias pesquisas, fizemos um diálogo com a experiência concreta dessas populações. Também fizemos apontamentos sobre a proteção desses territórios, considerando a proteção da saúde da população, mas também da saúde do solo, das águas…”, explica Ivi Tavares, do Setor de Saúde do MST.

No primeiro dia de atividades, foi lançado o livro “Campo, Floresta e Águas – práticas e saberes em saúde”.  A publicação é uma iniciativa da Fiocruz do Ceará e do Observatório de Saúde das Populações do Campo, da Floresta e das Águas – Obteia – Teia de Saberes e Práticas, vinculado ao Núcleo de Estudos em Saúde Pública do Centro de Estudos Avançados Multidisciplinares da Universidade de Brasília (NESP/CEAM/UnB).

O livro oferece um panorama nacional da situação da saúde das populações do campo, da floresta e das águas, no sentido de proporcionar aos profissionais da saúde, acadêmicos e movimentos sociais uma melhor análise dos desafios e possibilidades para a implementação da Política Nacional de Saúde Integral das Populações do Campo, da Floresta e das Águas (PNSIPCFA). 

Segundo Tavares, o atual modelo de desenvolvimento implementado no país, tem colocado desafios no que se refere à saúde das populações camponesas. “O encontro buscou compreender melhor qual o papel da vigilância em saúde para as populações do campo, das florestas e das águas, desde os ribeirinhos, quilombolas, assentados, pescadores… Essas são populações que são constantemente impactadas pelo modelo de desenvolvimento que impera no nosso país”.

Por outro lado, também foi amplamente discutido durante a conferência o tema da agroecologia, apontando um modelo viável e sustentável de desenvolvimento, que atenda às necessidades do povo, em coerência com a preservação e conservação do meio ambiente.