Assembleia Legislativa abrigará 1ª feira orgânica no centro de Porto Alegre

A população do centro da cidade poderá encontrar alimentos saudáveis e livres de venenos com mais facilidade.

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Por Catiana de Medeiros
Da Página do MST
Fotos: Caco Argemi

 

A constituição da primeira feira de alimentos e produtos orgânicos no centro de Porto Alegre foi oficializada na manhã desta segunda-feira (6) durante ato de assinatura de termos de cooperação e de cessão de uso entre o parlamento gaúcho e entidades representativas de produtores rurais como a Associação dos Produtores da Rede Agroecológica Metropolitana (RAMA), Coceargs (Cooperativa Central dos Assentamentos do MST do RS), Rede Ecovida e Opac Litoral Norte (Organismo Participativo de Avaliação da Conformidade).

A venda e exposição dos produtos ocorrerão sempre às quartas-feiras, das 13h às 19h, sob o espaço coberto da entrada principal da Assembleia Legislativa. O acolhimento permanente da feira por parte do legislativo foi aprovado em reunião da Mesa Diretora na última terça-feira, 31 de outubro.

“Para nós, do MST e das cooperativas que temos organizadas na região metropolitana e no interior do estado, conseguir expor nossa produção em um espaço nobre de Porto Alegre é motivo de muita alegria. É de extrema importância e satisfação essa conquista e ficamos muito gratos, pois conseguiremos utilizar mais esse espaço e escoar nossa produção, fortalecendo assim a agricultura e a agroecologia, os nossos processos de produção, os grupos de produtores e as cooperativas. Estamos torcendo para que dê certo”, afirma o representante dos feirantes do MST, Arnaldo Soares.

Todos os custos para a instalação das barracas serão assumidos pelos próprios produtores, que também irão garantir a limpeza e segurança do espaço. Às associações caberá indicar os feirantes que irão participar semanalmente da feira, cuja primeira experiência no parlamento estadual nos moldes agora propostos foi realizada em 4 de outubro, quando a proposta fez parte da programação do Seminário Políticas Públicas para Agroecologia na América Latina e Caribe, realizada no Teatro Dante Barone. Além da assinatura dos termos de cessão, foi assinado ainda um termo de cooperação técnica entre o parlamento e a Comissão de Produção Orgânica do RS, vinculada ao Ministério da Agricultura, para a prestação de apoio técnico e na promoção de ações conjuntas.

“A feira irá  atender a uma demanda crescente da população, que busca alimentos saudáveis e livres de venenos. É também uma forma democrática de aproximação do consumidor do produtor, de troca de experiências, de orientação”, destacou o presidente da Assembleia Legislativa, deputado Edegar Pretto (PT), lembrando ainda que serão cerca de 11 bancas que semanalmente irão oferecer inúmeros produtos hortifrutigranjeiros e alimentos agroindustrializados, todos produzidos sem uso de qualquer tipo de agrotóxico.

Segundo dados divulgados pelo Conselho Brasileiro de Produção Orgânica e Sustentável (Organis), a taxa da população da capital que busca acrescentar em sua dieta diária o consumo de produtos livres de agrotóxicos é mais do que o dobro da nacional. Enquanto no Brasil esse índice alcança 15%, em Porto Alegre ele fica próximo dos 40%. O acesso a esse tipo de alimento também cresce ano a ano: atualmente são 14 os locais que oferecem aos consumidores frutas, verduras e legumes, entre outros produtos, produzidos sem uso de veneno.

Números do Ministério da Agricultura também mostram que a tendência é de alta no segmento. Desde 2011 a área plantada com produtos orgânicos ou agroecológicos pulou de 603 mil hectares para 1,13 milhão de hectares. Estima-se que hoje existam cerca de 15 mil produtores envolvidos no processo contra cerca de 7 mil há cinco anos.

 

*Editado por Leonardo Fernandes