17º Encontro Estadual do MST no Maranhão, debate os desafios da luta pela Reforma Agrária popular
Por Reynaldo Costa
Da Página do MST
Cerca de 350 militantes Sem Terra, participaram entre os dias 18 e 20 de dezembro, no assentamento Vila Diamante em Igarapé do Meio, do 17 º Encontro Estadual do MST no Maranhão.
Os trabalhadores debateram e avaliaram os desafios da luta pela Reforma Agrária para o próximo período, entre eles: a crise econômica que se aprofunda, o desemprego e o analfabetismo que persistem no Brasil.
As analises em comum apontaram que a Reforma Agrária Popular é o melhor caminho para a superação da crise econômica pela qual o pais passa. Para a coordenação do MST no estado; a geração de emprego e de renda e a produção de alimentos, seriam hoje os principais instrumentos de suporte ao enfrentamento da crise.
“Por isso a Reforma Agrária ainda é necessária”. Afirmou Gilvânia Ferreira da coordenação do MST no estado, opondo-se ao posicionamento da bancada ruralista no Congresso de que no Brasil não cabe a realização da Reforma Agrária.
Outro tema muito discutido na atividade foi o a aprofundamento do golpe pelo qual passa o país. Os analistas apontaram um risco de perda de mais direitos e de uma maior perseguição aos movimentos sociais e partidos de esquerda.
Todas e todos contra o patriarcado
Em meio a tantos debates políticos, econômicos e organizativo o MST no Maranhão fortaleceu o debate no enfrentamento à violência contra a mulher. Um debate incansável, que durante muitos anos as mulheres Sem Terra vêm estudando e apontando alternativas no enfrentamento desse problema. A segunda noite do encontro foi destinada às assembleias dos homens e das mulheres. Na assembleia dos homens o compromisso foi de debater e refletir para que a temática avance no conjunto da militância e da base do Movimento.
Ato pela Reforma Agrária
O encontro do MST no Maranhão foi encerrado com um ato show pela Reforma Agrária.
Militantes representando partidos de esquerdas e diversos movimentos sociais reafirmaram o compromisso com a luta pela Reforma Agrária. No uso da palavra o prefeito de Igarapé do Meio, José Almeida do PC do B, falou sobre a importância das parcerias com o MST na produção de grãos na região.
“Antes o MST que eu conhecia era o que a TV mostrava, hoje percebo que esse movimento é quem ajuda a alimentar o povo de nossa cidade”, afirmou.
Representando o governo do estado o secretário de direitos humanos do Maranhão Francisco Gonsalves, aproveitou a palavra para oficializar a parceria do governo com a prefeitura local para a ampliação do Centro de Formação Padre Josimo Tavares, localizado na Vila Diamante que é o principal centro de formação do MST no Maranhão.
Para Dalila Calisto da direção nacional do Movimento dos Atingidos por Barragem (MAB) o momento é especial para reafirmação da luta e da unidade entre movimentos e sindicatos.
“O Maranhão é um estado de muitas contradições, mas também de um grande potencial de lutas”. Analisou Dalila.
A parte artística do ato ficou por conta dos cantores Marquinhos Monteiro do Piauí e Val Santos do MST Sergipe.