Campanha denuncia ausência de provas contra Lula

Cadê a prova? é a pergunta que não quer se calar frente ao julgamento em tempo recorde contra o ex-presidente, marcado para o dia 24 de janeiro, no TRF-4, em Porto Alegre.

 

Por Leonardo Fernandes
Da Página do MST

 

No sentido de fortalecer a denúncia sobre os abusos jurídicos cometidos contra o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva diante do julgamento do recurso no caso do &”39;triplex&”39;, que ocorrerá no próximo dia 24 de janeiro, no Tribunal Regional Federal de Porto Alegre, entidades sindicais e movimentos populares da Frente Brasil Popular criaram um Comitê Nacional Sindical e Popular.

“O principal objetivo do Comitê e desta campanha publicitária é o de conscientizar a população de que não há uma prova sequer contra o ex-presidente. É deixar claro que ele é principal vítima de um ataque sórdido que, neste momento, tem à frente o Judiciário e a mídia, atendendo os interesses da elite financeira e dos partidos que tomaram de assalto o poder no Brasil”, afirmou o secretário-Geral da Central Única dos Trabalhadores (CUT), Sérgio Nobre.

Uma série serão realizadas pelo comitê em diversas cidades do país até o dia 24. Nesta terça-feira, começa a circular nas redes sociais a campanha Cadê a prova?, que busca denunciar a total ausência de provas contra Lula, o que demonstra que a condenação possui o objetivo estritamente político de tirar o ex-presidente da disputa presidencial deste ano.

“Disseram que o tríplex era de Lula. O documento da Caixa diz o contrário”, diz um texto da campanha. “Condenação sem prova é injustiça. Eleição sem Lula é fraude”, diz outro texto.

Manifesto em defesa de Lula ultrapassa 120 mil assinaturas

Lançado em 19 de dezembro de 2017, o manifesto “Eleição sem Lula é Fraude” já ultrapassa 120 mil assinaturas. A iniciativa foi de um grupo de peso: o economista Luiz Carlos Bresser-Pereira, o diplomata Celso Amorim, o cantor Chico Buarque, os escritores Raduan Nassar e Milton Hatoum, a socióloga Maria Victoria Benevides, o jurista Fábio Konder Comparato, a jornalista Hildegard Angel e o dirigente nacional do MST João Pedro Stedile.

O documento denuncia o tempo recorde da marcação do julgamento em segunda instância do processo contra Lula não tem legalidade. Trata-se de um puro ato de perseguição da liderança política mais popular do país”, destaca.

“A trama de impedir a candidatura do Lula vale tudo: condenação no tribunal de Porto Alegre, instituição do semi-parlamentarismo e até adiar as eleições. Nenhuma das ações elencadas está fora de cogitação. Compõem o arsenal de maldades de forças políticas que não prezam a democracia”, segue o texto.

O manifesto já ganhou adesões em todo o mundo de intelectuais preocupados com o quadro político no país com a perseguição ao ex-presidente Lula, como da presidenta da Confederação Internacional dos Sindicatos de Trabalhadores, a australiana Sharan Biurrow, e do ex-diretor executivo da entidade “The Elders”, que reúne grandes lideranças mundiais e ex-chefes de Estado, Abdrew Whitle, e do professor emérito da Universidade Jawaharlal Nehru New Delhi, o indiano Deepak Nayyar.

No Brasil, personalidades como o ator Wagner Moura, a atriz Marieta Severo, os diretores de cinema Kleber Mendonça e Sergio Machado, o escritor Mario Prata, o teatrólogo Amir Haddad, a psicanalista e fundadora do Instituto Augusto Boal Cecília Boal aderiram ao manifesto. Além do teólogo Leonardo Boff, o economista Luiz Gonzaga Belluzzo, a sambista Beth Carvalho, as atrizes Bete Mendes, Silvia Buarque e Soraya Ravenle, o cartunista Renato Aroeira, os cineastas Silvio Tendler e Walter Lima Júnior, e o artista plástico Ernesto Neto, que também assinam.

Da Europa, aderiram Heidemarie Wieczorek-Zeul, ex-ministra da Cooperação para o Desenvolvimento da Alemanha; Stefan Rinke, professor do Institute of Latin American Studies e do Friedrich-Meinecke-Institut, Freie Universität Berlim (Alemanha), Inês Oliveira, cineasta (Portugal); Maria Luís Rocha Pinto, professora-associada da Universidade de Aveiro (Portugal); Filipe do Carmo, pesquisador, Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa (Portugal); Pedro de Souza, pesquisador e editor (Portugal).

Na França, o manifesto circula nos principais centros de conhecimento, com a adesão de Luc Boltanski, sociólogo, diretor de estudos honorário da EHESS; Francine Muel-Dreyfus, socióloga, diretora de estudos honorária da EHESS; Gisèle Sapiro, socióloga, diretora de pesquisa do CNRS, diretora de estudos da EHESS; Héctor Guillén Romo, professor de economia da Universidade Paris-VIII; Jean-Yves Mollier, professor emérito, Centre d’histoire culturelle des sociétés contemporaines, Université de Versailles; Michel Pialoux, sociólogo, professor aposentado de Paris V, membro do CESSP; Monique de Saint Martin, socióloga, diretora de estudos honorária da EHESS; Paul Pasquali, sociólogo, chargé de recherche CNRS, membro do CURAPP-ESS, Universidade de Amiens; Rose-Marie Lagrave, socióloga, diretora de estudos honorária da EHESS; Pierre Salama, professor emérito da Universidade de Paris 13; Roger Chartier, diretor de estudos da EHESS e professor do Colllège de France.

Na América Latina, estão entre os novos signatários Monika Meirelles, do Instituto de Investigaciones Económicas IIEc-UNAM (México); Juan Arturo Guillén Romo, professor e pesquisador da UAM (México); Pablo Edgardo Martínez Sameck, professor titular de sociologia da Universidad de Buenos Aires.

Um grupo de artistas reconhecidos da culrura uruguaia, formado pelos atores Jorge Bolani, Julio Calcagno, Myriam Gleijer, Héctor Guido (Teatro El Galpón), Solange Tenreiro (Teatro El Galpón), Silvia García (Teatro El Galpón), Pierino Zorzini (Teatro El Galpón), Dante Alfonzo –(Teatro El Galpón), Elizabeth Vignoli, Anael Bazterrica , os produtores Laura Pouso, Gustavo Zidan, o escritor Atilio Perez da Cunha, os diretores de teatro Jorge Denevi e Dervy Vilas e os músicos Eduardo Larbanois e Mario Carrero, aderiu ao manifesto.

Dos Estados Unidos, assinaram o documento Robert DuPlessis. professor emérito de história, Swarthmore College; Ronald H. Chilcote, Political Economist University of California, Riverside; Santiago Barassi, sociólogo da Universidad de Buenos Aires; Sean Mitchell, fundador e presidente da Wojtyla Society, autor de Those Catholic Men; Michael D. Kennedy, Professor de sociologia International and Public Affairs, Brown University e Cyrus Bina, Journal of Critical Studies of Business and Society, editor assistente do Journal of Iranian Research & Analysis.

 

*Editado por Maura Silva 

 

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