Jornada de Alfabetização reúne caciques indígenas no Maranhão

Encontro debateu a importância da alfabetização nas aldeias indígenas
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Por Reynaldo Costa
Da Página do MST 

No último  sábado (20), foi realizado em Jenipapo dos Vieiras, região central do Maranhão, o primeiro seminário de Caciques Guajajaras pela alfabetização. Cerca de 50 aldeias participaram debatendo a situação estrutural que vivem as comunidades.

O objetivo do encontro foi o de discutir a importância da alfabetização nas comunidades indígenas, fortalecendo a Jornada de Alfabetização no município. Em Jenipapo dos Vieiras 68 aldeias são beneficiadas com o programa &”39;Sim, eu Posso!&”39; São 99 turmas somando mais de 900 alunos indígenas.

Para Lucas Araújo, militante do MST e coordenador municipal da Jornada, o seminário cumpriu um papel mobilizador na luta pela permanência dos índios em salas de aula. Para ele o programa é mais uma ferramenta de inclusão: “desde o período colonial a exclusão permanece em muitos lugares e sobre vários povos. A alfabetização é o instrumento que nos permite enfrentar essa exclusão”.

Elitiel Guedes coordenador em Itaipava do Grajaú, cidade vizinha que conta com 420 indígenas em salas de aula, falou sobre a importância das comunidades reforçarem a sua organização para a defesa do território, ele apontou ainda que aprender o português será mais um elemento para proteger os territórios indígenas que sofrem com o desmatamento provocado pelo homem branco.

“Aprender a ler em português ajudará a entender muitas outras ameaças que estão surgindo, como a reforma no código florestal, o processo de privatização da Eletronorte, vai facilitar para que se diga não a essas ameaças”.

O Cacique Deoclides Guajajara da Aldeia Vila Nova agradeceu a todos os envolvidos no programa, parabenizou os índios que estão estudando e pontou que aprender a ler e escrever na língua portuguesa, acaba sendo mais um instrumento na luta dos índios por direitos.

O seminário também foi um momento de construção de luta, os caciques presentes fizeram exposição das situações das aldeias onde a grande maioria está sem estrutura para educação e para saúde, dificuldades de acesso e sem energia elétrica. Gilvania Ferreira do MST e coordenadora pedagógica do programa aponta que a jornada de alfabetização vem em o município levantando demandas para os poderes públicos. “precisamos nos organizar e para e lutar para que essas demandas sejam atendidas pelos prefeitos e pelo governo estadual.”

O encontro terminou com a proposta de um segundo encontro, ainda a ser marcado e com muitas manifestações da cultura Guajajara.