MST reocupa área em Xanxerê, Santa Catarina

O local é o mesmo onde havia o acampamento Marcelino Chiarello que foi violentamente despejado em novembro de 2017.

 

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Por Coletivo de Comunicação de MST/SC
Foto: Divulgação MST

 

Na manhã deste sábado, 17, cerca de 400 famílias do MST de Santa Catarina reocupam área onde o acampamento Marcelino Chiarello sofreu violento despejo em novembro de 2017.

Trata-se de uma área de propriedade do Incra, que em 1991 passou, condicionalmente, para posse ao fazendeiro Prezzotto, porém esse não pagou o que lhe era devido, por isso o INCRA em 25 de abril de 2016 cancelou o título da área e agora precisa avaliar os bens do imóvel que o Movimento demanda para fins de reforma agrária.

Apesar da propriedade da área ser do INCRA, em 29 de novembro de 2017, o justiça federal ordenou o despejo das 180  famílias acampadas na área. Tratou-se de uma ação de muita violência, envolvendo as polícias federal e militar, cavalaria, canil, tropa de choque. Destruiu todas as casas/barracos, animais e os mais de 200 ha plantados.

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Após o despejo realizado o INCRA se comprometeu a dar andamento aos procedimentos administrativos e não o fez. Diante disso, o MST acionou o Ministério Público Federal  (MPF), para averiguar a morosidade do Incra e a possibilidade bde improbidade administrativa. O Governo do Estado, cujo aparato policial realizou o despejo, afirmou que auxiliaria as famílias despejadas e não o fez.

As famílias retomam a área, por um lado, em tom de denúncia, pois o Estado foi ágil para usar da violência e despejar as famílias, mas morosa para dar andamento a definição de áreas para a reforma agrária. Por outro lado, o acampamento segue resistindo e se mantém na área na luta para ter onde viver e produzir alimentos. A área possui 1067 hectares e pode assentar mais de 150 famílias.

*Editado por Iris Pacheco