“Lugar de mulher é na política”, afirmam trabalhadoras Sem Terra

Com o tema “Mulher no poder: por um projeto popular”, MST discute participação e luta
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Mística de Abertura da Plenária/Divulgação MST 

 

Por Coletivo de Comunicação do MST na Bahia
Da Página do MST

 

Na última sexta-feira (16), cerca de 400 trabalhadoras Sem Terra realizaram a 1º Plenária das Mulheres no Salão Lions Club, em Itamaraju, Extremo Sul da Bahia.

 

Com o objetivo de debater temas relacionados ao processo de luta das mulheres foi discutido o acesso das trabalhadoras às políticas públicas e a garantia de sua participação no desenvolvimento econômico e na construção de um projeto de sociedade mais justo e igualitário.

 

O tema “Mulher no poder: por um projeto popular” conduziu as atividades da plenária, tendo como base o acúmulo que o MST possui na organização de lutas importantes, como o 08 de março, data em que se comemora o Dia Internacional da Mulher. Essa questão, por exemplo, tem dado vazão a diversas conquistas históricas protagonizadas pelas Sem Terra, entre elas, o acesso à terra, educação do campo, saúde, moradia e o crédito para produção.

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Lucinéia Durães, da direção nacional do MST/Divulgação MST 

Os debates na mesa contaram com a participação de Fábya Reis, da Secretaria de Promoção da Igualdade Racial (SEPROMI), Lucinéia Durães, da Direção Nacional do MST, Danielle Ferreira, da Executiva Estadual do Partido dos Trabalhadores (PT), Renata Rossi, da Coordenação de Desenvolvimento Agrário (CDA), Valmir Assunção, Deputado Federal, e outras representações de movimentos e organizações sociais.

De maneira geral, as falas apontaram a necessidade de construir estratégias com o todo da organização e identificar aliados nesse processo, mas também, de pensar a atuação das trabalhadoras Sem Terra nas regionais da Bahia e compreender os desafios do atual momento político que vive o povo brasileiro.

Lembraram também da tarefa de defender a legítima candidatura do ex-presidente Lula e, paralelo a isso, demonstraram apoio à candidatura de Valmir para ocupar mais uma vez uma cadeira na Câmara dos Deputados, no Congresso Nacional.

Para Lucinéia Durães, o espaço foi um local onde se discutiu e propôs diversas reflexões sobre a participação das mulheres na luta política. “Nosso lugar de fala só reafirma um processo histórico de legítima necessidade de avançarmos no enfrentamento político, valorizando a fala de cada companheira que nos representa como mulheres”, explicou Durães.

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Fala do deputado federal Valmir Assunção (PT-BA)/Divulgação MST 

Além disso, ressaltou: “agora, a luta do MST ganhou mais força, pois o 8 de março se soma as atividades de abril e esse debate da primeira plenária de mulheres é um momento histórico na regional extremo sul e do MST em toda Bahia”.

Por outro lado, Valmir iniciou sua fala, resgatando como surgiu a proposta da plenária. Ele contou que foi a partir de uma reunião com as dirigentes da região no 30º Encontro Estadual do MST no estado, no mês de janeiro, onde se notou a ausência de mais mulheres no espaço.

Nesse contexto, o deputado evidenciou que o “empoderamento” das mulheres na luta popular se constrói com o exercício diário da emancipação dos sujeitos políticos que constroem o MST, como as mulheres, a juventude, os Sem Terrinha. Para ele a luta só é completa se todas e todos estiverem em movimento, “frente a frente com os desafios da organização”, disse.

Primeira de muitas

As atividades da plenária foram conduzidas com mística, ousadia e sentimento revolucionário. Sem deixar para trás, a realidade da luta pela terra e pela Reforma Agrária imposta na região, que é marcada pelo coronelismo e o avanço das transnacionais através dos monocultivos de eucalipto e da cana-de-açúcar.

A direção do Movimento avaliou positivamente o espaço e destacou que essa foi a primeira de muitas outras plenárias que serão construídas com o objetivo de pensar, fomentar e organizar as trabalhadoras Sem Terra na construção de um projeto popular para o país.