Mesmo com ameaças, Sem Terra seguem em resistência no estado de Pernambuco

Os trabalhadores e trabalhadoras do campo estão em alerta e seguem firmes na luta contra o latifúndio, contra as elites e contra o agronegócio
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Divulgação/MST 

 

Por Rozana Maria
Da Página do MST

 

A repressão contra os movimentos sociais, bem como as perdas de direitos  do povo está cada dia mais intensa em tempos de golpe. Em Pernambuco está programado para hoje (28) despejos intensificados nos em varias regiões do estado, como: Petrolina, Litoral Norte, Brejo, Metropolitana.

Donos de áreas com usinas, fazendas e engenhos já falidos e com dívidas com a União, estão se articulando institucionalmente com políticos e com a justiça contra os movimentos sociais. Os trabalhadores e trabalhadoras do campo estão em alerta e seguem firmes na luta contra o latifúndio, contra as elites e contra o agronegócio. 

Desde semana passada estamos nos preparando, organizando as famílias, fazendo ocupações e vigílias em frente al de Instituto NacionaColonização e Reforma Agrária (INCRA) de Petrolina para que todas essas famílias sejam assentadas. A Juíza de Petrolina ameaçou e está cumprindo nos acampamentos do Pontal Sul, cortar a água do canal e luz dos trabalhadores (as) sabendo que eles (as) dependem da água para manter a produção de feijão, milho, abóbora, macaxeira, banana, manga, acerola, uva, tomate, pimentão e etc., assim sem fornecimento de água os camponeses(as) vão perder toda a sua produção e renda.

A Companhia de Desenvolvimento do Vale do São Francisco (Codevasf), junto com polícia militar já estão no local agora (27/02) para retirar os transformadores elétricos, materiais de irrigação, que os trabalhadores (as) compraram de forma coletiva e com muito sacrifício, e a Codevasf já entupiu o canal que leva água ate o acampamento. O Pontal Sul é marcado por luta e resistência com mais de dez anos de ocupação e várias reintegrações de posse. 

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Divulgação/MST 

O acampamento Pontal Sul foi ocupado em janeiro de 2007 com mais de 2500 famílias, na ocasião para resistir contra a Parceria Pública Privada (PPP), no período Eduardo Campos.

Em 2014 as ocupações foram retomadas, a partir do acampamento Dom Thomas com mais de 500 famílias, já em 2016 a ocupação foi realizada com o acampamento Democracia com 200 famílias dando continuidade à luta denunciando e sendo contra a PPP, projeto apadrinhado pela a oligarquia política da família Coelho da mesma região, foram feitas essas duas grandes ocupações, uma área de 30 mil hectares, sendo 17 mil e 700 hectares de área irrigáveis. Hoje a área está com 1.000 famílias produzindo em mais de 300 hectares da agricultura camponesa e de subsistência.

Em 2017 com a luta e a resistência dos trabalhadores (as) diante do conflito da área, a PPP foi cancelada. Assim trabalhadores (as) oriundos da região que sonhavam com área irrigável para poder trabalhar, passaram a vivenciar o resultando da luta pela a terra. A resistência permanece!