Escola municipal do campo Zumbi dos Palmares é inaugurada no Paraná

O local que já foi de lona e chão batido é uma conquista dos trabalhadores que lutam diariamente por uma educação de qualidade para os filhos e filhas dos acampados e assentados
Foto_geani paula (1).JPG
Divulgação/MST

 

Por Geani Paula de Souza
Dá Página do MST

No último sábado (17), aconteceu a inauguração oficial da escola municipal do campo Zumbi dos Palmares, no assentamento Valmir Mota de Oliveira, em Cascavel.

A escola, que já existe há 15 anos, foi construída de maneira itinerante em 2003, no acampamento Dorcelina Folador

O local que já foi de lona e chão batido é uma conquista dos trabalhadores que lutam diariamente por uma educação de qualidade para os filhos e filhas dos acampados e assentados.

“Nós decidimos criar esse espaço porque na época as escolas da região não comportavam as crianças e os adolescentes do acampamento. Além disso, aquelas que tinham vaga discriminavam os nossos jovens”, afirma Cassiano Kappes, do setor de educação do MST.

Histórico

Em agosto de 2004, o Movimento decide ocupar mais uma parte da área da Fazenda Cajati. Ao longo do tempo, o acampamento foi sendo organizado.  A educação das crianças e jovens sempre foi uma preocupação, mesmo nos dias mais frios e sem um lugar apropriado as aulas eram ministradas pelos educadores. 

Em 2011, a área ocupada é  finalmente destinado para fins de Reforma Agrária e o que era um acampamento passa a ser o assentamento Valmir Mota de Oliveira, com isso, a escola que era itinerante se transforma em: Escola Municipal do Campo Zumbi dos Palmares. A estrutura, feita com madeiras, foi construída com ajuda de toda a comunidade local como lembra Geni Teixeira, da coordenação do MST na região.

“A comunidade sempre ajudou a manter a escola, na época de acampamento os pais dos educandos ajudavam na manutenção dos barracos de lona, que se transformavam em salas de aula. Todos doavam merenda para as crianças. Então, se hoje podemos inaugurar essa estrutura nova, é porque as famílias ajudaram a manter essa escola”.

A nova estrutura, que começou a ser construída em 2015, teve a obra paralisada e foi retomada no ano passado para finalmente ser entregue à comunidade. 

A diretora da escola, Maristela Solda, lembra que este momento é histórico para a comunidade que tanto esperou. 

“É o resultado de 15 anos de luta pelo acesso à educação. Desde 2003 as crianças passaram por diferentes processos: escola de barraco de lona, escola de tapume, escola de taquara, escola de madeira e, agora, uma estrutura digna que reúne as condições necessárias para a aprendizado”. 

A escola conta com 854,20 metros quadrados de área construída. São seis salas de aula, laboratório de informática, área administrativa, cozinha, pátio coberto e banheiros.

 

*Editado por Maura Silva