Aliados de Temer são presos em operação da Polícia Federal

Entre os detidos está Coronel Lima, amigo e laranja de Temer. O inquérito também investiga a participação do presidente em esquema de corrupção e lavajem de dinheiro

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Por Maura Silva 
Da Página do MST

 

Na manhã desta quinta-feira (29), a Polícia Federal prendeu cinco pessoas ligadas diretamente à Michel Temer. O advogado e ex-assessor, José Yunes, o ex-ministro da Agricultura Wagner Rossi, e o coronel da reserva da Polícia Militar e amigo pessoal de Temer há mais de três décadas João Baptista Lima Filho, mais conhecido como Coronel Lima.

Todos tiveram prisão expedida por investigações no inquérito que apura irregularidades no decreto assinado pelo presidente para o setor portuário.

Indícios apontam que Temer praticou crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro quando  ampliou de 25 para 35 anos os prazos de concessão e arrendamento de empresas que atuam em portos, o acordo ainda permitia que esse prazo pudesse ser prorrogado por até 70 anos. 

As prisões de hoje foram determinadas pelo Ministro do Superior Tribunal Federal (STF), Luís Roberto Barroso. Já os pedidos foram feitos pela procuradora-geral da República, Raquel Dodge, após solicitação da Polícia Federal. Segundo a própria PF, cerca de 15 mandatos de busca e apreensão ainda estão sendo cumpridos.

Coronel Lima

O MST vem denunciando há pelo menos três anos o envolvimento de Temer com Coronel Lima. Os Sem Terra já ocuparam três vezes a fazenda Esmeralda localizada em Duartina, São Paulo. Todas as ocupações foram feitas com objetivo de denunciar as ligações escusas de Temer com o proprietário da fazenda, Coronel Lima e sua empresa de fachada que arregimenta propinas.   

Argeplan

A Argeplan, empresa do proprietário formal da fazenda, Coronel Lima, começou a crescer após a chegada de Temer no alto escalão do governo. Num contrato de R$ 162 milhões com a empresa Engevix – cujo proprietário José Antunes foi preso na operação Lava Jato -, foi revelada (em delação premiada pelo próprio Antunes) a passagem de propina no valor de R$ 1 milhão para o PMDB de Temer.

Apesar de ter mais de 1500 hectares, em uma situação análoga ao “sítio de Atibaia” – factoide criado pela mídia -, remetido ao ex-presidente Luiz Inácio &”39;Lula&”39; da Silva, a fazenda Esmeralda no interior de São Paulo nunca teve a mesma cobertura de sua real posse por Michel Temer.

Além de sediar atividades regionais do PMDB, a propriedade funcionou como QG de articulações duvidosas do atual governo. 

Wagner Rossi 

Seguindo com as denúncias, em junho de 2017, o MST também ocupou a fazenda de Wagner Rossi, em Ribeirão Preto, interior de São Paulo. 

Rossi, filiou-se ao Partido do Movimento Democrático Brasileiro (PMDB) no início da década de 1980, elegendo-se deputado estadual e deputado federal por diversas vezes. Afilhado de Michel Temer, ocupou inúmeros cargos públicos; como Secretário da Educação do Estado de São Paulo, Secretário de Transportes; presidiu a Companhia Docas do Estado de São Paulo (CODESP) e a Companhia Nacional de Abastecimento, chegando ao Ministério da Agricultura durante o primeiro governo de Dilma Rousseff. 

Por onde passou, deixou rastros de corrupção. À frente da CODESP, estatal que cuida da administração do Porto de Santos (o maior do país), operou, entre outros, a exploração do corredor de exportação para um grupo de empresas sem licitação, no terminal de Conceiçãozinha, assegurando propina para seu padrinho Temer, que o indicou ao cargo. 

 

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