Ao denunciarem latifúndio, trabalhadores Sem Terra sofrem ameaças do coronelismo da Bahia

Ao denunciarem latifúndio improdutivo da família Marinho, trabalhadores Sem Terra sofrem constantes ameaças do coronelismo da região

 

Do Coletivo de Comunicação do MST na Bahia 
Para Página do MST

 

Na madrugada do último sábado (14), cerca de 150 famílias Sem Terra ocuparam o latifúndio abandonado localizado na Fazenda Aliança, município de Eunápolis, Bahia.

A fazenda de mais de mil hectares, possui três sedes, uma plantação de cacau abandonada há mais de 10 anos, tomada pela vassoura de bruxa e um pasto que se tornou capoeira devido aos anos de abandono.

Os Sem Terra batizaram o acampamento Márcio Matos, em homenagem ao lutador do povo assinado brutalmente na frente de seu filho de 6 anos, no dia 24 de janeiro deste ano.

Ameaças

A direção estadual do MST na Bahia denuncia as práticas de pistolagem e de ameaças constantes que as famílias Sem Terra acampadas estão sofrendo desde a ocupação.

No sábado, as famílias foram surpreendidas, em quatro ocasiões, com a chegada de homens fortemente armados sob o mando de latifundiários que vieram ameaçar e tentar intimidar as famílias.

Em um desses episódios, um homem de nome Arildo Bahia, irmão do exsecretário de agricultura de Eunápolis, adentrou em alta velocidade no acampamento com uma Hilux, placa PKH 7355.

De acordo aos trabalhadores presentes, referido homem é um velho conhecido na região por suas práticas de ameaça e intimidação dos trabalhadores.

Em outra ocasião, o acampamento foi surpreendido com a chegada de vários homens. Uns cercaram o acampamento portando armas de fogo. Outros acompanhavam dois fazendeiros que, em tom ameaçador, exigiam a saída imediata dos Sem Terra da área.

Em meio dos homens estava o fazendeiro e também policial militar de nome Resende, afirmaram as famílias.

O MST exige imediata solução e intermediação no conflito para evitar maiores danos aos Sem Terra.