Em ato político, MST exige o cumprimento dos compromissos do governo de Minas Gerais

Além das áreas emblemáticas, também estão em pauta o Programa de Segurança Alimentar, que garante a produção de alimentos em acampamentos e o Projeto Semeando Agroflorestas
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Divulgação/MST

 

Por Geanini Hackbardt
Da Página do MST 

Nesta terça-feira (17), em que completam-se 22 anos de impunidade do Massacre de Eldorado dos Carajás e dois anos de golpe no Brasil, 600 Sem Terras ocupam a Praça da Liberdade, em Belo Horizonte, e se somam à Jornada Nacional de Lutas do Abril Vermelho. O movimento reivindica o cumprimento das promessas feitas pelo governador Fernando Pimentel, que estão em negociação desde 2015.

“Há três anos o governador se comprometeu a destinar para reforma agrária três áreas que tem conflito histórico. Apesar de ter assinado decretos de desapropriação, Ariadnópolis e Felisburgo, onde também aconteceu um massacre, continuam pendentes. Queremos o pagamento das terras e a garantia de que as famílias envolvidas nesta luta saiam da situação de incerteza, de risco pelos conflitos que se arrastam e tenham seu direito a terra garantido”, explica Ester Hoffmann, da direção nacional do MST.

Além das áreas emblemáticas, também estão em pauta o Programa de Segurança Alimentar, que garante a produção de alimentos em acampamentos e o Projeto Semeando Agroflorestas. Este prevê a produção de milhares mudas para o plantio de florestas produtivas, na lógica da agroecologia. “Desde de 2016, cerca 900 mil de mudas já foram produzidas e plantadas. É uma experiência de reflorestamento fundamental para nossa produção de alimentos saudáveis e até de água, em especial no Vale do Rio Doce, onde cobre áreas atingidas pelo crime da Vale|Samarco. Mas precisamos da segunda parte dos recursos, para ampliar os trabalhos à outras regiões”, aponta Tiago Mendes, Coordenador do Projeto.

A intenção do movimento é ser recebido pelo governador do estado, para definir prazos e datas para o cumprimento da pauta. “Mesmo após várias mobilizações, atos, ocupações, audiências nossas pautas continuam pendentes, já passou da hora do Pimentel honrar com sua palavra”, reitera Hoffmann.

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Divulgação/MST

Jornada contra a Globo

No final da tarde, às 17 horas, o MST seguirá para a Praça Raul Soares, onde está marcada a concentração para a Marcha Contra a Globo, organizada pela Frente Brasil Popular e pela Frente Povo Sem Medo. O MST aponta a emissora como inimiga número um da classe trabalhadora. “A globo fez sua história sobre marcas de sangue do povo trabalhador. Apoiou a ditadura de 64, promoveu o golpe de 2015, é sonegadora da previdência, está atolado na corrupção. Onde está a justiça para investigar seus crimes? Vamos até lá denunciar suas mentiras e manipulações, convocamos toda a sociedade a seguir em marcha com a gente”, anuncia a dirigente.